Rússia e Ucrânia: Lula defende mesa de negociação com União Europeia e países do Brics e diz que Brasil não enviará tropas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (19) que uma eventual mesa de negociação entre Rússia e Ucrânia inclua, além dos dois países e dos Estados Unidos, representantes da União Europeia e de países do Brics.
Lula criticou a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que, segundo ele, tem negociado apenas com o presidente russo, Vladimir Putin.
“O Trump ganha as eleições e o Trump começa a conversar com o Putin. E agora a preocupação de muitas pessoas é que o Trump tem que chamar o Zelensky para mesa de negociação, porque agora só esta o Putin negociando. Eu também acho errado. Não é nem chamar só o Putin ou chamar só o Zelensky. Tem que chamar os dois, colocar numa mesa de negociação e encontrar denominador comum que possa reestabelecer a paz”, afirmou.
Ainda segundo Lula, a União Europeia se envolveu nessa guerra “com muita força” e, agora, não pode ficar de fora da negociação.
Lula deu a declaração ao lado do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, em cerimônia após a assinatura de atos bilaterais no Palácio do Planalto.
“Se o Trump estiver jogando de verdade e quiser a paz, ele pode conseguir. Acho que a China pode ser um parceiro importante, a Índia pode ser um parceiro importante, o Brasil pode contribuir”, citou Lula.
China, Índia e Brasil são parceiros comerciais da Rússia no Brics – grupo cuja sigla também inclui a África do Sul e que, nos últimos anos, incluiu quase uma dezena de novos membros.
Trump já manifestou, em diversos discursos, contrariedade à aliança formada entre os países do Brics, e à intenção dessas nações de negociarem entre si sem usar o dólar como moeda franca.
Brasil não enviará tropa
O Brasil não enviará tropa. O Brasil só mandará missão de paz. Para negociar a paz o Brasil está disposto a fazer qualquer coisa. … O Brasil não mudará de posição. Quando os dois países quiserem sentar para conversar sobre paz, nós estaremos na mesa de negociação se assim interessar aos países.
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