Justiça do RS suspende lei ‘escola sem partido’ em Porto Alegre


Proposta, que trata sobre “doutrinação ideológica” em instituições de ensino, havia sido promulgada no início do mês após silêncio do prefeito Sebastião Melo. Lei da “Escola sem Partido” é promulgada em Porto Alegre
Johan de Carvalho/CMPA
A Justiça do Rio Grande do Sul derrubou a lei “Escola sem Partido” na tarde desta terça-feira (11). A decisão liminar atende a pedidos da Defensoria Pública do RS e do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, após a promulgação da lei pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na última quarta-feira (5).
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Na decisão, o desembargador Heleno Tregnago Saraiva considera que, neste momento, a suspensão da lei é “mais prudente, pois o único prejuízo seria a postergação de sua vigência, caso o pedido seja eventualmente considerado improcedente”, informou o Tribunal de Justiça do RS.
Escola da cidade de Porto Alegre (RS)
EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
Lei foi promulgada após silêncio de prefeito
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre tornou lei na última quarta-feira (5) o projeto inspirado no conceito da “escola sem partido”. O texto trata sobre “doutrinação ideológica” em instituições de ensino e veda a emissão de “opiniões de cunho pessoal” por parte de funcionários, professores e corpo docente.
A proposta havia sido aprovada pelos parlamentares em dezembro e enviada ao prefeito Sebastião Melo, que não sancionou e nem vetou o texto. Com isso, a proposta voltou à Câmara e foi promulgada pela presidente da casa, a vereadora Nádia Gerhard (PL).
Sebastião Melo discursa na Câmara de Vereadores de Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
O projeto de lei foi apresentado pela primeira vez em 2016 pelo então vereador Valter Nagelstein e aprovado pela Câmara em 2019, mas uma decisão judicial impediu a tramitação do projeto. No ano passado, a proposta foi desarquivada pela vereadora Fernanda Barth (PL) e a votação foi retomada.
O projeto determina a “abstenção da emissão de opiniões de cunho pessoal que possam induzir ou angariar simpatia a determinada corrente político-partidária-ideológica” por parte de professores e outros profissionais de ensino na cidade.
Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional uma lei estadual de Alagoas vinculada a uma ideia semelhante. Foram nove votos contra a lei e um a favor.
Roberto Robaina, vereador do PSol, anunciou que vai entrar na Justiça contra o projeto. “Esse assunto já foi definido como inconstitucional pelo STF. Não tem validade nenhuma”, afirmou.
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