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O Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta os movimentos, é cercado de mistérios e desafios. Caracterizado por sintomas como tremores, rigidez muscular e dificuldades de equilíbrio, ele ainda não tem cura, mas avanços científicos trazem novas esperanças.
Um estudo recente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente testou uma técnica não invasiva que melhora o equilíbrio de pacientes, reduzindo o risco de quedas – um dos problemas mais graves associados à doença.
Publicado na revista Gait & Posture, o trabalho mostrou que oito sessões de estimulação elétrica transcraniana (tDCS), aplicadas no couro cabeludo, trouxeram benefícios duradouros para o controle postural de pessoas com Parkinson.
A técnica, que usa uma corrente elétrica de baixa intensidade para modular a atividade cerebral, já é usada em tratamentos como depressão e recuperação de AVC, mas agora ganha destaque no combate à instabilidade motora típica da doença.
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Como funciona?
A tDCS foi aplicada no córtex motor primário, área do cérebro ligada ao controle dos movimentos. Durante 20 minutos por sessão, os 22 voluntários receberam estímulos que aumentam a atividade neuronal, compensando parte da lentidão causada pela falta de dopamina – neurotransmissor que os neurônios dos pacientes deixam de produzir.
Para testar os efeitos, os participantes foram colocados em uma plataforma móvel que simulava tropeços ou desequilíbrios. Após o tratamento, não só reagiram mais rápido para recuperar a postura, como mantiveram a melhora por até um mês.
Sintomas e desafios
Além dos tremores, a doença provoca: rigidez muscular, lentidão, desequilíbrio e postura curvada.
A instabilidade postural é um dos sintomas mais resistentes aos remédios atuais, que focam em repor dopamina. Por isso, técnicas complementares, como fisioterapia e agora a tDCS, são essenciais.
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Prevenção e tratamento
Não há formas comprovadas de prevenir o Parkinson, mas manter uma rotina ativa e hábitos saudáveis pode ajudar a retardar sintomas. Já os tratamentos incluem medicamentos, fisioterapia e cirurgia para implante de eletrodos, em casos graves.
A tDCS surge como uma opção não cirúrgica e sem efeitos colaterais graves, segundo o estudo.
Próximos passos
A equipe da Unesp agora busca ampliar o número de voluntários e testar protocolos mais curtos. Enquanto isso, a descoberta reforça a importância de investir em terapias inovadoras para uma doença que afeta milhões no mundo e que, aos poucos, começa a ser desvendada.