Jovens e sem família: quem são os deportados da última semana

Imigrantes brasileiros deportados pelos Estados Unidos chegam ao aeroporto internacional Pinto Martins de Fortaleza, em 7 de fevereiro de 2025Orlando SIERRA/AFP

Um grupo de 111 brasileiros e brasileiras deportados dos Estados Unidos chegou ao Brasil na última sexta-feira (7). Esta foi a segunda leva de repatriados, que acontece devido às novas regras de fiscalização impostas pelo governo de Donald Trump.

Neste último voo, foi possível traçar o perfil dos repatriados: a maioria dos passageiros é jovem, do sexo masculino, e chegou ao território nacional desacompanhada.

As informações são do governo federal, que se baseou em uma lista com o quantitativo e o perfil dos repatriados, disponibilizada pelas autoridades norte-americanas cerca de cinco horas antes do voo aterrissar no Brasil.

Confira detalhes dos perfis dos passageiros:

Conforme a Polícia Federal, a maioria dos repatriados são jovens: oito pessoas têm até 10 anos; 11 têm entre 11 e 20 anos; 38 têm entre 21 e 30 anos; e 33 estão na faixa etária dos 31 a 40 anos. Apenas 17 têm entre 41 a 50 anos e quatro têm 51 anos ou mais, sendo o mais velho do grupo com 53 anos.

Das 111 pessoas, 85 são homens e, destes, 71 estavam desacompanhados. Apenas 26 são mulheres – das quais 12 estavam desacompanhadas. Cerca de 25% (28 pessoas) do grupo veio em núcleo familiar.

Além disso, não há registros de passageiros sob alerta da Interpol – ou seja, de atividades consideradas ilegais – no voo de sexta-feira.

Acompanhamento do governo

O governo mobilizou 12 profissionais da “Força Nacional do SUS” – entre médicos, enfermeiros, psicólogos e sanitaristas – que realizaram um total de 173 atendimentos aos 111 brasileiros que chegaram a Fortaleza.

Além disso, há profissionais do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania cotados para auxiliar os repatriados em questões jurídicas e de encaminhamento aos demais serviços públicos.

Chegada no Brasil

Os repatriados desembarcaram no Aeroporto Internacional de Fortaleza Pinto Martins pouco depois das 16h de sexta-feira. Assim que chegaram, foram recebidos por uma estrutura organizada em três pontos principais: a equipe de acolhimento; a equipe de urgência e emergência, posicionada estrategicamente para atender casos imediatos; e a equipe de atendimento psicossocial.

Ao todo, as equipes competentes realizaram 126 atendimentos psicossociais, 32 assistenciais e 15 de saúde mental. As principais queixas incluíram cefaleia, crise hipertensiva e apoio psicossocial.

A maioria dos repatriados é mineira, mas o governo decidiu por fazer uma escala no Ceará para reduzir o tempo de restrição física – em que os brasileiros ficam algemados – em cinco horas.

Escala

Também foi criado um Posto de Acolhimento aos Repatriados em Belo Horizonte, organizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Os brasileiros receberam acesso gratuito à internet, carregadores de celular e canais para contato com familiares, além de orientação sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho.

Além disso, foram solicitados os serviços da Secretaria da Diversidade do Ceará, a pedido da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, para atender uma mulher transgênero e seu marido.

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