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Eliezer Felix é vizinho da mãe das crianças, e disse que elas nunca pediram para usar piscina, em São Carlos (SP). Mãe chegou a ser presa, mas foi solta em audiência de custódia. Piscina onde duas crianças morreram afogadas em São Carlos
Leandro Vicari/EPTV
A noite de 6 de fevereiro de 2025 dificilmente sairá da memória do pintor Eliezer Felix, de 52 anos. Foi ele quem encontrou os corpos de duas irmãs (de 4 e 8 anos) boiando na piscina de sua casa, em São Carlos (SP).
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Ele é vizinho da mãe das vítimas, que entraram na residência quando ele não estava. Em conversa com o g1 neste sábado (8), ele lamentou as mortes e lembrou do choque que teve ao ver que as crianças tinham se afogado. (veja abaixo a entrevista).
A mãe chegou a ser presa por suspeita de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas teve liberdade provisória concedida pela Justiça na sexta (7).
Corpos de irmãs que morreram afogadas são enterrados em São Carlos
‘Um choque’
O pintor trabalhou pela manhã e passou uma parte da tarde na residência da namorada. Por volta das 19h15, voltou para descansar em casa, no bairro Cidade Aracy.
“Entrei pela porta dos fundos e fui no rumo da piscina. Era um dia que eu estava me sentindo muito bem. Mas aí dei dois passos e, quando eu vi, no escuro, parecia que tinha um pássaro dentro da piscina. Quando dei mais dois passos, tive a visão das crianças boiando. Foi um choque, um susto, fiquei com o coração acelerado, todo arrepiado, jamais pensei que ia ver algo assim”, lembrou.
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O morador disse que não tinha muito contato com as crianças, identificadas como Maria Helena Aparecida da Silva Belarmino (a mais nova) e Maria Clara Aparecida da Silva Belarmino.
Mas ele observou que elas eram bem unidas, estavam sempre juntas, apesar de muitas vezes desacompanhadas de um adulto.
O autônomo ainda afirmou que tanto as meninas, quanto a mãe, Aparecida Aurea da Silva, de 39 anos, jamais pediram para usar a piscina da casa. “Nunca vi as meninas fazendo nada de anormal.”
Eliezer está colaborando com as investigações da Polícia Civil. Segundo ele, agentes estiveram na casa nesta sexta-feira (7) para uma nova diligência.
Um dos pontos-chave é entender se as irmãs conseguiram entrar sozinhas, já que havia um gancho no portão que permitia a abertura do lado de fora.
“Depois que tudo aconteceu, liguei para a minha família toda. O povo às vezes fica revoltado, culpa o portão, culpa a gente, mas eu deixei o portão fechado. Tenho três filhos e um neto. Os meus filhos agora são maiores de idade, mas, quando eram menores, eu só deixava sair debaixo das minhas asas para dormir na minha mãe. Criança tem que cuidar como criança. A gente tenta seguir, com Deus no coração, mas elas tinham uma vida pela frente”, declara.
Mãe em liberdade
Crianças entraram na casa de vizinho e morreram afogadas em piscina em São Carlos
Leandro Vicari/EPTV
Nesta sexta-feira (7), a Justiça concedeu liberdade provisória para a mãe das duas crianças, depois de uma audiência de custódia.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, a mulher deverá cumprir as seguintes medidas cautelares: não sair da comarca de São Carlos sem autorização judicial, comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades e manter endereço atualizado.
Ela chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O g1 não conseguiu contato com a defesa dela até a última atualização da reportagem.
As meninas estavam com a guarda provisória da avó paterna, que mora a duas quadras do local onde elas se afogaram. De acordo com a polícia, a mãe é usuária de drogas e perdeu a guarda das meninas. Contudo, ela sempre buscava as crianças na casa da avó, contrariando a ordem do Conselho Tutelar.
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“A mãe acabava ofendendo, xingando a avó. Então, para evitar um transtorno maior, ela acabava deixando as crianças, mas ela sempre levava e depois devolvia”, disse o delegado Gilberto de Aquino, na noite de quinta-feira (6).
Delegado fala sobre a morte por afogamento de duas crianças em São Carlos
Em depoimento, Aparecida disse que a ideia era passar o dia com as meninas, mas alegou que elas foram embora após o almoço. Afirmou ainda que acompanhou e olhou as meninas saindo de casa e indo em direção a casa do pai e da avó, que fica a cerca de 2 quadras do local.
Mas, para a polícia, isso é uma contradição, já que as roupas das crianças foram encontradas secas dentro da casa da mãe. Isso indica que elas se despiram antes de ir para a piscina.
O enterro das meninas aconteceu na tarde de sexta (7), no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos.
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