O novo prefeito de Marília (SP), Vinícius Camarinha (PSDB), assumiu o cargo prometendo eliminar o uso de radar de velocidade na cidade. Logo na primeira semana de mandato, viralizou no Instagram ao divulgar um vídeo em que aparece cortando os fios de um equipamento com um alicate.
Camarinha desativou 18 radares que faziam a fiscalização na cidade. Ele justificou a ação alegando irregularidades, como a ausência de estudo prévio e a falta de embasamento técnico para a instalação dos equipamentos.
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Radar de velocidade foi instalado sem estudo prévio
O portal Marília Transparente (MATRA) foi à Justiça para revelar dados públicos sobre a instalação de radares e identificou irregularidades. Falta de estudos prévios que são exigidos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e estudos posteriores que não justificariam o uso dos radares instalados foram expostos.
De acordo com o material do veículo, o engenheiro responsável pelos estudos falou em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre supostos casos de corrupção em Avaré (SP). A comissão investigou corrupção na escolha da empresa Talentech, responsável pelos radares de Avaré e Marília.
Segundo o MATRA, o engenheiro admitiu não visitar todos os pontos de instalação e que, por vezes, fazia análises via Google Maps.
Acidentes em Marília reduziram com a instalação dos radares
O último ano sem radares em Marília foi 2022, quando a cidade registrou 1.507 ocorrências de trânsito, incluindo colisões, atropelamentos e outros incidentes. Em 2023, com a instalação dos radares, esse número caiu para 1.302. Já em 2024, no primeiro ano completo de operação dos equipamentos, foram registrados 1.116 casos.
Quanto aos óbitos, os números se mantiveram relativamente estáveis. Em 2022, ocorreram 25 mortes no trânsito, em 2023 foram 32, e em 2024, 27. Camarinha utiliza esses dados para argumentar que a remoção de radar de velocidade não terá “nenhum impacto” para a população.