ES: suspeito de matar motorista a tiros em Serra é preso

Raul Alves da Silva e Hudson Batista DinizDivulgação/SESP ES

A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu, nesta quarta-feira (29), Raul Alves da Silva, de 27 anos, suspeito de matar Hudson Batista Diniz, de 31, no município de Serra (ES), em 17 de novembro do ano passado.

Hudson foi alvo de sete disparos enquanto dirigia pela rotatória da Avenida dos Jacarandás, no bairro José de Anchieta, acompanhado da namorada. Ele ficou internado por três dias em um hospital local, mas não sobreviveu. A parceira não foi atingida.

Entenda, a seguir, o que a investigação da polícia descobriu sobre o caso.

Entenda o que aconteceu

De acordo com o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, Hudson e Raul se desentenderam na entrada da distribuidora gerenciada pelo acusado, próxima ao local do crime. O motivo teria sido o fato de Raul ter se esbarrado com a mulher de Hudson e ter a olhado “de cima a baixo”.

A encarada de Raul despertou raiva em Hudson, que foi tirar satisfação e deu um chute na perna do homem e um empurrão.

Em seguida, Raul deixou o local em sua saveiro vermelha para, segundo o delegado, “buscar uma arma de fogo e a namorada”. Enquanto isso, o outro casal foi para a casa, próxima à distribuidora, e em seguida saiu com o carro, um corola preto.

Os dois veículos se cruzaram na rotatória, “ocasião em que imediatamente o Raul já impunha com a arma de fogo e começa a efetuar disparos de arma na direção do veículo em que o Hudson e a namorada dele estavam. Um desses disparos atingiu a cabeça do Hudson, fazendo com que ele perdesse os sentidos e colidisse com o veículo em um muro antes de sair do local”, conta o delegado. 

“Antes de sair do local, o Raul ainda emparelha o veículo dele com o das vítimas e efetua mais três disparos na direção do veículo”, prossegue. De acordo com o delegado, 8 disparos atingiram o veículo, e 7 deles atingiram Hudson. 

Imagens de câmeras de segurança flagraram o desentendimento entre o agressor e a vítima, além dos disparos. Confira:

Raul fugiu para cidade paulista, diz delegado

Hudson foi imediatamente encaminhado para um hospital da cidade, onde ficou três dias internado, mas não sobreviveu. Raul, por sua vez, fugiu para o município de São José dos Campos, no estado de São Paulo, onde foi preso em 27 de dezembro.

De acordo com o delegado Mori, Raul deixava a casa do padrasto quando foi preso, em uma operação em conjunto de inteligência entre a DHPP Serra e a divisão de homicídios do município de São José dos Campos.

Durante a prisão, ele confessou ser o autor dos disparos, e “alegou que agiu em legítima defesa, dizendo que o Hudson teria apontado uma arma de fogo para ele, fato que não ficou confirmado durante a investigação”, contou o delegado.

A investigação descartou completamente a tese da legítima defesa, considerando vários fatores da motivação e do excesso de violência.

Raul foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e perigo comum, uma vez que, nos momentos dos disparos, havia dois homens na calçada que poderiam ter sido atingidos pelos tiros.

“Crime bárbaro”, diz delegado-geral

Para o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda, a prisão de Raul é importante “porque esse tipo de perpetrador não pode conviver em sociedade, não tem condições, ele tem uma estirpe de violência. Nós sabemos que criminalidade é uma coisa, violência é outra, violência está embutida no homem, porque ela pode ser controlada, e quando ela não é controlada, se desenvolve nessas situações”.

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