Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric, do Chile, intensificaram as discussões para a construção de uma rota rodoviária entre os dois países.
A estrutura, de aproximadamente 2.300 km de extensão, é capaz de ligar os oceanos Pacífico e Atlântico e proporcionar a redução em até 12 dias no trânsito de mercadorias e viagens.
O corredor transatlântico tem sido chamado de corredor bioceânico e tem o potencial de abrir mercado para 180 milhões de consumidores.
Corredor transatlântico é desejo antigo dos países
O objetivo da rota é ligar portos do norte do Chile a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A capital de sul-mato-grossense foi escolhida para ser um dos extremos do corredor porque está localizada no centro da América do Sul.
A posição geográfica faz com que a cidade tenha grande conectividade rodoviária com o restante do território brasileiro e países vizinhos, fazendo de Campo Grande um centro redistribuidor de insumos e produtos para locais como o Porto de Santos (SP).
Além de Brasil e Chile, o Paraguai e a Argentina são sócios na obra. Os países também discutem como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos, para assegurar a eficiência da construção de uma “megarodovia” como essa. Ainda não há data para a conclusão das obras.
Diminuição de custos e tempo de viagem
O empreendimento promete diminuir os custos e a duração do transporte de cargas. Estimativa do Ministério de Relações Exteriores, feita em 2020, aponta que uma mercadoria chilena que chega ao Brasil por via terrestre, nas cidades de São Borja (RS) ou Uruguaiana (RS), percorre 4.516 km para chegar a Campo Grande. Com o corredor bioceânico, essa distância seria reduzida para 2.396 km.
Em outra projeção feita pela pasta, os custos da exportação de carne do Brasil para o Chile poderiam passar de cerca de US$ 229 por tonelada, para aproximadamente US$ 174, com a carga sendo levada pelo corredor transatlântico. No início deste mês, Lula e Boric debateram o assunto durante viagem do brasileiro a Santiago.
“O Chile pode ser a ponta de saída de produtos brasileiros para o Pacífico e o Brasil pode suprir o mesmo papel para acesso das exportações chilenas ao continente africano. A conclusão desses corredores permitirá uma economia de, no mínimo, mil dólares para cada contêiner exportado para a Ásia e Pacífico, bem como a redução do tempo de transporte de mercadorias em pelo menos 15 dias”, explicou Lula sobre o corredor transatlântico.
*Com informações do R7.