Florianópolis celebra 80 anos do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial

Dia da Vitória da Segunda Guerra é celebrado em Florianópolis

Dia da Vitória da Segunda Guerra foi celebrado em Florianópolis – Foto: Diorgenes Pandini/ND

O 63º Batalhão de Infantaria, em Florianópolis, realizou uma solenidade cívico-militar em homenagem aos 80 anos da atuação da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Segunda Guerra Mundial. O evento ocorreu na manhã desta quarta-feira (7).

A cerimônia, marcada pelo Dia da Vitória, reuniu autoridades civis, militares e familiares de ex-combatentes em tributo aos mais de 900 catarinenses que integraram as fileiras da FEB e lutaram pela liberdade nos campos da Itália.

Familiares relembram as memórias dos expedicionários

Entre os presentes, Sérgio Rubens Garcia carregava a memória viva do pai, Acácio Garcia, expedicionário que partiu rumo ao front europeu na Segunda Guerra Mundial.

“Meu pai serviu aqui no 63º Batalhão de Infantaria. Quando ele foi liberado, ocupado com as roças dele, resolveu dar uma descansada e pegar um trem que tinha de Itajaí a Rio do Sul e, nesse trem, ele comprou um jornal e viu que Acácio era o primeiro nome da lista”, conta.

“Meu tio também estava com ele, o Adolfo. E aí foram reconvocados e foram para o Rio de Janeiro para fazer o treinamento do Morro do Capistrano até que embarcaram para a Itália. Então, foi uma história muito bonita”, relata.

“Quando ele voltou, foi dispensado após a guerra e logo conheceu minha mãe”, contou Sérgio.

Familiares relembraram memórias dos expedicionários da Segunda Guerra – Foto: Diorgenes Pandini/ND

Celebrações pelo Dia da Vitória na Segunda Guerra

A cerimônia incluiu leitura da Ordem do Dia, homenagens póstumas aos combatentes de Santa Catarina e um desfile militar.

Durante o evento, foram entregues medalhas Marechal Cordeiro de Farias, honraria criada para destacar ações e serviços relevantes na difusão das atividades da FEB.

Os agraciados foram o general de Brigada Gelson de Souza, comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, e o coronel Luis Henrique Vighi Teixeira, comandante do 63º Batalhão.

Para o general Gelson de Souza, a solenidade representou um momento de reflexão sobre os valores que devem nortear a sociedade.

“O ser humano precisa ter referências e precisa ter um sentimento de pertencimento. E temos essa referência dos nossos pracinhas”, afirmou.

“Temos a referência de pessoas de bem que abriram mão do conforto do seu lar, atravessaram o Oceano Atlântico para lutar em prol da nossa liberdade, da nossa democracia. O que eles fizeram na Itália faz com que nós tenhamos muito orgulho da profissão militar”, complementou.

A presidente da Andafeb (Associação Nacional dos Descendentes e Amigos da Força Expedicionária Brasileira), Clélia Kreusch, reforçou o papel da entidade na manutenção da memória dos combatentes.

Filha do cabo Vitório Kreusch, primeiro catarinense a falecer após a guerra, ela destacou: “A nossa Associação já existe há muitos e muitos anos. E nós buscamos fortalecer e sempre relembrar e valorizar os feitos deles”.

“Aqui em Florianópolis nós não temos mais expedicionários desde 18 de outubro de 2019. No estado ainda temos um único expedicionário, com 102 anos, o sargento veterano Hugo Felisbino, em Camboriú”, contou Célia.

Homenagem na Alesc

Além da solenidade no batalhão, as homenagens continuaram à noite, com uma Sessão Especial realizada na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), proposta pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB).

O evento prestou reverência aos heróis catarinenses, com destaque para o soldado Arnoldo Cândido Raulino, único manezinho tombado em combate e símbolo da bravura e honra militar.

Familiares de ex-combatentes, representantes das Forças Armadas e da Andafeb participaram da cerimônia no Plenário Deputado Osni Régis, fortalecendo os laços entre as novas gerações e a memória daqueles que fizeram história.

Durante o evento, foram entregues as medalhas Marechal Cordeiro de Farias – Foto: Diorgenes Pandini/ND

Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial

O Dia da Vitória é lembrado mundialmente em 8 de maio, data em que as forças aliadas derrotaram oficialmente o regime nazifascista na Europa, em 1945.

Na ocasião, o Brasil teve participação decisiva. Ao todo, cerca de 25 mil brasileiros foram enviados à Itália, enfrentando soldados experientes e condições adversas em combates.

O sacrifício incluiu a perda de aproximadamente 500 militares brasileiros em solo europeu, além da destruição de 34 navios mercantes e de guerra, com a morte de cerca de 1.450 marinheiros, e a queda de 22 aviões em combate.

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