Mais uma fase da Operação Lesa Pátria foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (29) visando identificar pessoas que teriam participado ou incitado os fatos que aconteceram 8 de janeiro de 2023 em Brasília, Distrito Federal, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado em móveis, imóveis e objetos.
Conforme a Polícia Federal, estão sendo cumpridos dez mandados debra busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, sendo que cinco deles são em cidades de Santa Catarina, sendo elas:
Além disso, estão sendo feitas buscas em cidades do Rio de Janeiro, em Goiás e em Brasília. Foi determinado, de acordo com informações da PF, a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. A apuração aumenta que os danos causados ao patrimônio público podem chegar a R$ 40 milhões.
Operação Lesa Pátria se torna permanente
Segundo a PF, em tese, os fatos que estão sendo investigados constituem os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Ainda de acordo com a polícia, a Operação Lesa Pátria, que passa pela 29ª fase, se torna permanente, e as investigações continuam em curso, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos e pessoas capturadas.
Relembre os atos de 8 de janeiro
Na tarde daquele domingo, 8 de janeiro de 2023, manifestantes revoltados com o resultado das eleições presidenciais vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. As ações foram orquestradas em um acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, de acordo com o relatório produzido pelo interventor Ricardo Capelli.
Os manifestantes invadiram as sedes e destruíram obras de arte, mobiliário e a própria estrutura das Casas. Os danos ao Palácio do Planalto foram estimados no valor total de R$ 7,9 milhões. E os prejuízos causados à sede do Supremo Tribunal Federal atingiram o valor de R$ 5,9 milhões. Dentre as obras destruídas, está o painel Araguaia, o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, entre outros.
No dia do ato, nove comandantes da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) estavam de férias ou de licença. Também estava de recesso o então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres – ele é suspeito de ter colaborado com o evento
Torres não estava no Brasil no dia do ataque e é investigado por omissão. Dois dias após os ataques, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou a minuta de um golpe de Estado. O documento era o rascunho de um decreto para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.