A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (31) um aumento de R$ 0,22 no preço do diesel para as distribuidoras. O valor médio por litro será de R$ 3,72. A nova cobrança será feita a partir deste sábado (1º), segundo comunicado divulgado pela estatal.
O último aumento do combustível havia sido em outubro de 2023. Em dezembro do mesmo ano, a estatal tinha feito o seu último reajuste, mas para reduzir os preços.
“Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,20 /litro, uma variação de R$ 0,19 a cada litro de diesel B”, diz a estatal em nota.
Na última quinta-feira (30), durante coletiva de imprensa, o presidente Lula abordou o reajuste do preço do diesel. “Eu não autorizei o aumento do diesel. Desde o meu primeiro mandato, aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e seus derivados é a Petrobras, e não o presidente da República”.
Gasolina também passa por reajuste
O preço dos combustíveis deve ficar mais caro em todos os estados brasileiros a partir de 1º de fevereiro, devido ao reajuste do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O litro da gasolina sofrerá um acréscimo de R$ 0,10, passando para R$ 1,47 o valor do imposto.
Conforme avaliação do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), o reajuste é necessário para promover uma tributação mais justa e garantir um sistema fiscal equilibrado, alinhado às flutuações do mercado.
Impacto do ICMS no preço dos combustíveis
O aumento no preço dos combustíveis pode impactar o valor de diversos serviços, por conta dos custos de transporte e logística. Conforme o último relatório da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina no mercado interno está 8% abaixo da paridade internacional e o diesel, 15%.
Isso acontece porque a Petrobras não opera mais com base no PPI (Preço de Paridade de Importação), índice usado como referência para comparar os preços praticados no Brasil com os do mercado global.
A medida foi uma estratégia para conter a inflação e proteger o consumidor brasileiro de oscilações internacionais. Contudo, a empresa absorve parte dos impactos econômicos, o que pode afetar suas margens de lucro.
Com o aumento do ICMS, a defasagem pode aumentar ainda mais, caso a Petrobras não repasse o impacto integral do imposto aos consumidores. Isso tornaria os preços internos ainda mais distantes do mercado internacional, desestimulando importadores.