Ave possui tons dourados e esverdeados e ocorre no extrato intermedi\u00e1rio das \u00e1rvores. Equipe do Terra da Gente encontrou ariramba durante expedi\u00e7\u00e3o pela Amaz\u00f4nia
\nLuciano Lima\/TG
\nNo meio da densa floresta amaz\u00f4nica um barulho curioso ecoa do extrato intermedi\u00e1rio das \u00e1rvores. H\u00e1 quem diga que o som parece com uma crian\u00e7a chorando ou at\u00e9 com um gato dom\u00e9stico. Que bicho \u00e9 esse?
\nUma ave. O jacamara\u00e7u (Jacamerops aureus) \u00e9 uma esp\u00e9cie de ariramba, a mais robusta entre elas, que mede entre 25 e 30 cent\u00edmetros e habita toda Amaz\u00f4nia brasileira, assim como parte da floresta da Costa Rica \u00e0 Bol\u00edvia.
\n“Eu estava um dia passarinhando sozinho no mato e escutei o chamado que \u00e9 algo que foge totalmente dos padr\u00f5es de um de uma vocaliza\u00e7\u00e3o esperada para uma ave, n\u00e9? Esse bicho emite um som que mais me lembra um felino assim no meio da selva um som bem. E quando eu escutei esse som, fiquei meio assustado. Falei, nossa, ser\u00e1 que \u00e9 um gato ou uma on\u00e7a parda, sei l\u00e1\u201d, relembra o ornit\u00f3logo e guia de observa\u00e7\u00e3o de aves da Amaz\u00f4nia Kenny U\u00e9slei que percorre diversas \u00e1reas do Amazonas, Acre e Rond\u00f4nia.
\nJacamara\u00e7u flagrado no Par\u00e1
\nChristoph Moning\/iNaturalist
\nEle conta que a curiosidade falou mais alto e aos poucos foi se aproximando at\u00e9 entender que o som vinha de cima. “Gravei o som, reproduzi e vi que era o jacamaru\u00e7u, ave que j\u00e1 tinha observado algumas vezes. Mas eu confesso que eu passei um susto, n\u00e9? Fiquei com medo no come\u00e7o, mas foi bem legal a experi\u00eancia, \u00e9 uma ave sensacional”, diz.
\nA equipe do Terra da Gente tamb\u00e9m ouviu e viu a ave durante uma expedi\u00e7\u00e3o na cidade de Novo Aripuan\u00e3, no Amazonas. Depois de muita paci\u00eancia, procurando o animal entre os milhares de galhos e folhas, finalmente o jacamara\u00e7u apareceu para as c\u00e2meras em um pequeno clar\u00e3o.
\nOrnit\u00f3logo Luciano Lima traz curiosidades sobre algumas aves que vivem pr\u00f3ximas ao Rio Roosevelt, que leva o nome do ex-presidente norte americano
\n\u00c9 uma ave dif\u00edcil de ser vista, j\u00e1 que costuma ficar muito tempo parada, escondida na paisagem.
\nDe acordo com o ornit\u00f3logo Luciano Lima, a esp\u00e9cie n\u00e3o costuma viver em galhos baixos e muito menos nas copas: gosta mesmo \u00e9 da meia altura. Isso possibilita a harmonia com outros animais que habitam extratos diferentes da floresta.
\nMachos e f\u00eameas s\u00e3o parecidos, com uma plumagem brilhante com tons met\u00e1licos que variam entre dourado e verde-dourado. A diferen\u00e7a principal \u00e9 que os machos possuem uma mancha branca na garganta. J\u00e1 os jovens, s\u00e3o iguais as f\u00eameas, s\u00f3 que com as cores mais opacas.
\nO jacamara\u00e7u costuma viver sozinho ou em pares
\nNelson Apolo\/iNaturalist
\nJ\u00e1 o bico, fino e longo, \u00e9 igual em ambos e serve principalmente para ajudar a predar insetos durante o voo. O jacamara\u00e7u costuma viver sozinho ou em casal, dificilmente se juntando a bandos.
\nQuando chega a \u00e9poca da reprodu\u00e7\u00e3o, que est\u00e1 ligada com o per\u00edodo de chuva amaz\u00f4nico, um ninho \u00e9 cavado em um cupinzeiro arb\u00f3reo ou diretamente na \u00e1rvore para receber os futuros filhotes.
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