O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, diz que o cen\u00e1rio internacional pode acelerar o acordo do Mercosul com a Uni\u00e3o Europeia. O governo brasileiro avaliou nesta quinta-feira (3) que tem instrumentos para reagir \u00e0 nova postura comercial dos Estados Unidos; defendeu o di\u00e1logo e a negocia\u00e7\u00e3o e considera que o tarifa\u00e7o pode at\u00e9 acelerar o acordo do Mercosul com a Uni\u00e3o Europeia.
\nO presidente Lula falou das tarifas americanas em um evento que apresentou um balan\u00e7o das a\u00e7\u00f5es do governo federal.
\n“Defendemos o multilateralismo e o livre com\u00e9rcio e responderemos a qualquer tentativa de impor o protecionismo que n\u00e3o cabe mais hoje no mundo. Diante da decis\u00e3o dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cab\u00edveis para defender as nossas empresas e os nossos trabalhadores brasileiros. Tendo como refer\u00eancia a lei da reciprocidade econ\u00f4mica aprovada ontem pelo Congresso Nacional e a diretiva da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial do Com\u00e9rcio\u201d, afirmou o presidente Lula.
\nTrump anuncia tarifas sobre produtos importados pelos EUA
\nOs setores brasileiros que vendem para os Estados Unidos – como a\u00e7o e etanol – est\u00e3o evitando tra\u00e7ar cen\u00e1rios. O momento ainda \u00e9 de avalia\u00e7\u00e3o e muitas an\u00e1lises. A expectativa de um acordo com ado\u00e7\u00e3o de cotas ainda \u00e9 real, j\u00e1 que as equipes t\u00e9cnicas dos dois pa\u00edses seguem em reuni\u00f5es rotineiras.
\nA Confedera\u00e7\u00e3o Nacional da Ind\u00fastria afirma que a\u00e7o, alum\u00ednio, ve\u00edculos e autope\u00e7as permanecem com a tarifa de 25%. Dos 20 produtos que o Brasil mais vende para l\u00e1, em oito, o Brasil \u00e9 o maior fornecedor para os americanos – como ferro fundido e caf\u00e9 n\u00e3o torrado.
\nA Confedera\u00e7\u00e3o Nacional da Agricultura e Pecu\u00e1ria avalia que os produtos mais impactados s\u00e3o aqueles em que o Brasil \u00e9 dominante no mercado americano, como o suco de laranja, o etanol e o a\u00e7\u00facar \u2013 que concorrem com a produ\u00e7\u00e3o interna dos Estados Unidos.
\nEm um documento divulgado pela embaixada dos Estados Unidos, o governo Trump afirma que “Argentina, Brasil, Equador e Vietn\u00e3 restringem ou pro\u00edbem a importa\u00e7\u00e3o de bens remanufaturados, restringindo o acesso ao mercado para exportadores dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que sufocam os esfor\u00e7os para promover a sustentabilidade, desencorajando o com\u00e9rcio de produtos quase novos e com uso eficiente de recursos”.
\nGeraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento
\nJornal Nacional\/ Reprodu\u00e7\u00e3o
\nO vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, disse que a decis\u00e3o de Trump \u00e9 ruim para todos:
\n“O Brasil n\u00e3o \u00e9 problema para os Estados Unidos. E \u00e9 ruim para todo mundo. Enfraquece a OMC, diminui previsibilidade, cria inseguran\u00e7a para investimento. Ent\u00e3o, n\u00f3s entendemos que esse n\u00e3o \u00e9 o caminho. O que n\u00f3s defendemos \u00e9 o di\u00e1logo e a negocia\u00e7\u00e3o. N\u00e3o se faz guerra para obter a paz. Quer dizer, a guerra tarif\u00e1ria, todos perdem\u201d.
\nAlckmin destacou tr\u00eas pontos sobre os quais o Brasil deve ter aten\u00e7\u00e3o especial. Entre elas, a Lei de Reciprocidade aprovada na quarta-feira (2) pelo Congresso.
\n“N\u00e3o pretendemos us\u00e1-la, pretendemos fazer negocia\u00e7\u00e3o. De outro lado, eu acho que vai acelerar o acordo do Mercosul – Uni\u00e3o Europeia, que \u00e9 o maior acordo. S\u00e3o 720 milh\u00f5es de pessoas, 27 pa\u00edses, os mais ricos do mundo na Uni\u00e3o Europeia, e o Mercosul. Eu acho que acelera esse processo. A outra, n\u00f3s ligamos aqui o alerta, porque pode ter desvio de com\u00e9rcio do mundo para desaguar aqui no Brasil. Ent\u00e3o, n\u00f3s vamos monitorar qualquer altera\u00e7\u00e3o brusca de com\u00e9rcio exterior\u201d, afirmou Geraldo Alckmin.
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