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Fabrice COFFRINI <\/p>\n
A nova presidente do Comit\u00ea Ol\u00edmpico Internacional (COI), Kirsty Coventry, do Zimb\u00e1bue, enfrentar\u00e1 um cen\u00e1rio geopol\u00edtico em erup\u00e7\u00e3o, do relacionamento da organiza\u00e7\u00e3o com os Estados Unidos de Donald Trump, \u00e0 eventual reintegra\u00e7\u00e3o da R\u00fassia ao movimento ol\u00edmpico. <\/p>\n
Aos 41 anos, Coventry fez hist\u00f3ria na quinta-feira ao ser eleita: a primeira mulher a presidir o COI nos 130 anos de exist\u00eancia da institui\u00e7\u00e3o; primeira pessoa africana a ocupar o cargo e o mais jovem desde o bar\u00e3o Pierre de Coubertin (que tinha 33 anos quando se tornou presidente). <\/p>\n
“O COI n\u00e3o enfrentava um contexto pol\u00edtico t\u00e3o problem\u00e1tico h\u00e1 muitos anos”, disse Michael Payne, ex-chefe de marketing da organiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
. O que fazer com a R\u00fassia?<\/p>\n
Assim como fez em 2013 com Thomas Bach, o presidente russo Vladimir Putin foi r\u00e1pido em parabenizar Coventry na quinta-feira, destacando “seu interesse na promo\u00e7\u00e3o verdadeira dos nobres ideais ol\u00edmpicos”. <\/p>\n
Para al\u00e9m das palavras, o l\u00edder russo pressiona para que a R\u00fassia, exclu\u00edda ap\u00f3s a invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia \u2014 uma decis\u00e3o que Moscou chama de “discriminat\u00f3ria” sob influ\u00eancia ocidental \u2014 seja reintegrada ao movimento ol\u00edmpico. <\/p>\n
A menos de um ano para os Jogos Mil\u00e3o-Cortina, uma das primeiras quest\u00f5es que Coventry, que tomar\u00e1 posse oficialmente em 23 de junho, ter\u00e1 que considerar \u00e9 a participa\u00e7\u00e3o de atletas russos e bielorrussos no evento, e em que condi\u00e7\u00f5es. <\/p>\n
A menos que o conflito seja resolvido, o Conselho Executivo do COI, do qual Coventry \u00e9 membro, deve repetir a solu\u00e7\u00e3o adotada para Paris 2024: participa\u00e7\u00e3o de russos e bielorrussos individualmente, sob bandeira neutra, e desde que n\u00e3o apoiem a guerra. <\/p>\n
Mas Coventry n\u00e3o falou claramente sobre o assunto durante a campanha.<\/p>\n
. Trump, anfitri\u00e3o imprevis\u00edvel<\/p>\n
Ator fundamental no movimento ol\u00edmpico, os Estados Unidos n\u00e3o s\u00e3o apenas os anfitri\u00f5es dos Jogos de Ver\u00e3o de Los Angeles 2028 e de Inverno de Salt Lake City 2034, mas tamb\u00e9m contribuem com mais de dois ter\u00e7os da renda do COI, atrav\u00e9s dos direitos de TV pagos pela NBC Universal e, com seu sistema universit\u00e1rio, que treina campe\u00f5es ol\u00edmpicos de todas as nacionalidades. <\/p>\n
A pr\u00f3pria Coventry, ex-nadadora, treinou em Auburn, Alabama, antes de ganhar sete medalhas ol\u00edmpicas, incluindo duas de ouro. <\/p>\n
Rec\u00e9m-eleito, o presidente Donald Trump desafiou as regras de elegibilidade ol\u00edmpica para mulheres, amea\u00e7ando negar a entrada no pa\u00eds de atletas transg\u00eaneros. <\/p>\n
“N\u00e3o vamos renunciar a nossos valores: nossos valores de solidariedade, assim como garantir que todo atleta classificado para os Jogos Ol\u00edmpicos possa participar e em seguran\u00e7a”, declarou Coventry na quinta-feira, afirmando que “a chave ser\u00e1 a comunica\u00e7\u00e3o” com Trump. <\/p>\n
Este n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico problema que o COI enfrenta com os Estados Unidos, que no in\u00edcio deste ano decidiram suspender sua contribui\u00e7\u00e3o para a Ag\u00eancia Mundial Antidoping (WADA), colocando em risco todo o sistema de combate ao uso de subst\u00e2ncias proibidas. <\/p>\n
Desde 2020, as autoridades americanas tamb\u00e9m assumiram poderes extraterritoriais em quest\u00f5es antidoping, amea\u00e7ando fragmentar o esporte mundial.<\/p>\n
. Afeganist\u00e3o e Gaza, s\u00edmbolos da “diplomacia discreta”<\/p>\n
Raramente citada, a a\u00e7\u00e3o do COI no Afeganist\u00e3o \u00e9, no entanto, s\u00edmbolo de sua “diplomacia silenciosa” \u2014 a arte de obter pequenas concess\u00f5es quando faltam meios de press\u00e3o. <\/p>\n
Depois de expulsar quase 300 membros da comunidade esportiva afeg\u00e3 ap\u00f3s o retorno do Talib\u00e3 ao poder em agosto de 2021, a organiza\u00e7\u00e3o obteve uma delega\u00e7\u00e3o igualit\u00e1ria em Paris, uma forma de manter seu compromisso com os direitos competitivos das mulheres. <\/p>\n
Mas os seis atletas que participaram dos Jogos de Paris viviam no ex\u00edlio, o que mostra que Coventry e sua equipe ter\u00e3o que lutar para garantir a seguran\u00e7a dos atletas afeg\u00e3os que permanecem no pa\u00eds, al\u00e9m de suas fam\u00edlias. <\/p>\n
O conflito entre Israel e o Hamas \u00e9 outro exemplo da isen\u00e7\u00e3o do COI, que nunca considerou exigir que os atletas israelenses competissem sob uma bandeira neutra em Paris, rejeitando qualquer compara\u00e7\u00e3o com a Ucr\u00e2nia. <\/p>\n
No entanto, convidou oito palestinos que n\u00e3o se classificaram para as Olimp\u00edadas. <\/p>\n
Considerando a devasta\u00e7\u00e3o do esporte palestino, essa quest\u00e3o ser\u00e1 levantada novamente em Los Angeles. <\/p>\n
. O sonho dos Jogos Africanos<\/p>\n
A elei\u00e7\u00e3o da ministra dos Esportes do Zimb\u00e1bue (desde 2018), que tamb\u00e9m coordena os Jogos da Juventude de Dakar 2026 para o COI, levanta uma quest\u00e3o inevit\u00e1vel. <\/p>\n
A \u00c1frica, o \u00fanico continente que nunca sediou os Jogos, ter\u00e1 agora sua chance? <\/p>\n
Pioneira em 2010 ao sediar a primeira (e \u00fanica at\u00e9 hoje) Copa do Mundo, a \u00c1frica do Sul aspira sediar a edi\u00e7\u00e3o de 2036, junto com outros pa\u00edses como \u00cdndia, Turquia, Hungria, Catar e Ar\u00e1bia Saudita.<\/p>\n<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
La zimbabuense Kristy Coventry se dirige a los miembros del COI tras haber sido elegida nueva presidenta de la instituci\u00f3n ol\u00edmpica, en Costa Navarino (Grecia) el 20 de marzo de 2025FABRICE COFFRINI Fabrice COFFRINI A nova presidente do Comit\u00ea Ol\u00edmpico Internacional (COI), Kirsty Coventry, do Zimb\u00e1bue, enfrentar\u00e1 um cen\u00e1rio geopol\u00edtico… Continue lendo