O Jornal Nacional foi ao Copernicus, o Observat\u00f3rio do Programa Espacial da Uni\u00e3o Europeia, e mostra como cientistas medem a temperatura de todo o planeta. Jornal Nacional vai at\u00e9 centro de pesquisa que monitora a temperatura do planeta
\nO mundo vem batendo recordes de calor com uma frequ\u00eancia cada vez maior. O correspondente Murilo Salviano visitou o instituto respons\u00e1vel por registrar esses recordes. L\u00e1, os cientistas monitoram o clima e fazem previs\u00f5es sobre o aquecimento global.
\nMas como \u00e9 poss\u00edvel chegar a esses dados, e medir a temperatura de um planeta t\u00e3o grande? O Copernicus, da Uni\u00e3o Europeia, abriu as portas do observat\u00f3rio para o Jornal Nacional. Salviano foi at\u00e9 a cidade de Reading, no Reino Unido, para conversar com cientistas clim\u00e1ticos. Um deles \u00e9 o David.
\nEle explica que os dados s\u00e3o coletados a partir de uma grande rede de aparelhos, espalhados pela terra, pelo c\u00e9u e at\u00e9 no espa\u00e7o. No mar, alguns instrumentos s\u00e3o acoplados em navios, e at\u00e9 em boias capazes de medir a temperatura em v\u00e1rios pontos do oceano.
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\nNo c\u00e9u, os famosos bal\u00f5es meteorol\u00f3gicos coletam informa\u00e7\u00f5es sobre os ventos, press\u00e3o atmosf\u00e9rica. O David conta que at\u00e9 a avia\u00e7\u00e3o comercial ajuda com dados.
\nE pra medi\u00e7\u00f5es a\u00e9reas mais precisas, eles usam esse aparelho: um dropsonde (ou dropsonda, em portugu\u00eas). Eles lan\u00e7am do avi\u00e3o, e o aparelho vai descendo com a ajuda desse paraquedas, registrando a atmosfera.
\n\u00c9 muito \u00fatil pra medir o impacto de eventos severos — como a erup\u00e7\u00e3o de um vulc\u00e3o, um ciclone. Todos os dias, s\u00e3o coletados mais de 25 milh\u00f5es de registros. A maioria dos dados \u00e9 obtida por meio de sat\u00e9lites.
\nE para processar tanta informa\u00e7\u00e3o, o Copernicus utiliza um super computador, que fica na It\u00e1lia, na cidade de Bolonha. O sistema analisa os dados coletados em todos os continentes, avalia as previs\u00f5es de curto de prazo, e estima a din\u00e2mica atmosf\u00e9rica.
\nO computador apresenta os resultados dessa forma. Ele divide o planeta em v\u00e1rios quadradinhos — como se fossem pixels. E consegue representar a varia\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica em cada uma dessas \u00e1reas, de 30 km por 30 km.
\nO David fala que eles recebem em tempo real \u2014 em intervalos de uma hora \u2014 as atualiza\u00e7\u00f5es de todos esses quadrantes. \u00c9 como se fosse uma grande UTI, que mede a sa\u00fade do nosso planeta a todo momento desde 1940.
\nQuando os gr\u00e1ficos de temperatura, das \u00faltimas d\u00e9cadas, s\u00e3o colocados lado a lado, fica evidente o que est\u00e1 acontecendo. A Rebecca, cientista clim\u00e1tica, diz que os dados s\u00e3o chocantes: “estamos quebrando recordes todo m\u00eas”.
\nIsso tem levado os eventos extremos a ficarem ainda mais fortes e frequentes. Secas e ondas de calor. Chuvas torrenciais. Os cientistas do Copernicus s\u00e3o categ\u00f3ricos em dizer que n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas: as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas est\u00e3o acontecendo e n\u00f3s precisamos de esfor\u00e7os globais para reverter esse cen\u00e1rio.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"