Segundo as autoridades israelense, o grupo terrorista queria mudanças no plano de realocação das tropas israelenses ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito. Israel acusa Hamas de fazer novas exigências e adia votação do cessar-fogo em Gaza
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O governo de Israel adiou a votação que oficializará o cessar-fogo em Gaza depois de acusar o grupo terrorista Hamas de ter feito novas exigências.
Para palestinos e israelenses, o alívio deu lugar à ansiedade. Para o acordo ser implementado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu precisa ratificar. O plano era votar nesta quinta-feira (16) pela manhã. Mas logo cedo, Netanyahu adiou a reunião. Acusou o grupo terrorista Hamas de voltar atrás no combinado e fazer exigências de última hora.
O Hamas reagiu na sequência e negou ter adicionado qualquer nova condição. Declarou que seguia comprometido com o acordo anunciado na quarta-feira (15). Israel, então, esclareceu quais teriam sido as novas exigências. Segundo as autoridades, o grupo terrorista queria mudanças no plano de realocação das tropas israelenses ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito. O Hamas também teria pedido a libertação de terroristas que Israel se recusa a soltar na troca pelos reféns.
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O secretário de Estado americano, Anthony Blinken, afirmou que era normal ter pendências em negociações tão delicadas e tensas. Declarou que os mediadores estavam aparando as arestas naquele exato momento e disse estar confiante de que o cessar-fogo vai, sim, começar no próximo domingo (19) como previsto.
No fim do dia, um partido da coalizão de Netanyahu declarou que as divergências tinham sido superadas, e fontes afirmaram à imprensa internacional que o gabinete deve votar na sexta-feira (17) a proposta de cessar-fogo.
A maioria dos ministros israelenses é a favor do acordo. Só que alguns – mais linha-dura – tentam impedi-lo. O ministro da Segurança Nacional, Ben Gvir, declarou nesta quinta-feira (16) que vai renunciar e retirar o partido dele do governo se o gabinete aprovar a trégua.
Enquanto o cessar-fogo não entra em vigor, seguem os ataques. O Hamas disse que bombardeios israelenses mataram 77 pessoas nas últimas 24 horas. As Forças Armadas de Israel declararam que atingiram 50 alvos terroristas.
Em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS)pressionou a comunidade internacional por financiamento para reconstruir a Faixa de Gaza. O chefe da OMS reforçou a fórmula para acabar com o sofrimento:
“O melhor remédio é a paz”, frisou Tedros Adhanom.
A União Europeia anunciou um novo pacote de ajuda: 120 milhões de euros para o território palestino.
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