Franco Cassol, meteorologista da Defesa Civil de Santos (SP), explicou sobre os desafios da profissão e a complexidade das previsões para a Baixada Santista. Ele também orientou a população sobre como se proteger durante os temporais. ID: 13250150
Franco Cassol, meteorologista da Defesa Civil de Santos, esteve no Podcast Baixada em Pauta, onde explicou particularidades das chuvas típicas do verão na Baixada Santista e os desafios enfrentados pela Defesa Civil na previsão de eventos climáticos extremos.
Segundo ele, o período entre janeiro e março é o mais crítico, com o maior volume de chuva e uma maior probabilidade de temporais.
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O meteorologista destacou que, historicamente, muitos dos desastres naturais causados pelas chuvas ocorrem justamente nesse período. Casos como o desastre em São Sebastião, em fevereiro de 2023, e os eventos de março de 2020, na Baixada Santista, são exemplos de como esse período é particularmente propenso a grandes volumes de precipitação.
Populares ajudaram equipes a encontrarem desaparecidos nos escombros na Barreira do João Guarda, em Guarujá (SP)
Rodrigo Nardelli/G1
Cassol enfatizou que fevereiro e março têm sido os meses com maior frequência de ocorrências de chuvas extremas, que podem gerar alagamentos e deslizamentos de terra.
Dificuldades na previsão
Além das condições climáticas, Cassol também abordou as dificuldades de previsão associadas à geografia da região.
A Serra do Mar, segundo ele, é uma barreira natural que complica a precisão dos modelos meteorológicos. A mudança abrupta do terreno dificultaria uma previsão precisa, como ocorreu em 2023, quando não foi possível antecipar a quantidade de chuva que caiu em São Sebastião.
Para Cassol, os modelos meteorológicos apresentam limitações, o que explica a dificuldade de prever eventos extremos, especialmente em áreas com terrenos acidentados.
Outro ponto destacado foi a imprecisão espacial das previsões. Ele explicou que, enquanto uma cidade como São Vicente pode enfrentar uma chuva torrencial, Guarujá, que está a poucos quilômetros de distância, pode não registrar nenhuma precipitação.
“Essas variações são frequentes na prática, e os modelos meteorológicos têm dificuldade em capturar as diferenças de um ponto para outro, como a chuva em Praia Grande, enquanto em Bertioga não acontece nada”, disse.
Ações da Defesa Civil
Cassol também falou sobre as ações da Defesa Civil para alertar a população em situações de risco. Ele afirmou que, quando há uma previsão de chuvas fortes ou condições adversas, boletins são emitidos para as autoridades e para o público, a fim de prepará-los para os possíveis impactos.
O meteorologista ressaltou que quem mora em áreas de risco pode entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199. Ao ligar para o número de emergência o morador pode perguntar sobre previsões, riscos e, caso observe sinais como trincas ou rachaduras na casa, pode solicitar uma vistoria.
“A Defesa Civil fará uma avaliação do risco geológico e orientará sobre as medidas a serem tomadas. Durante a chuva forte, é importante observar sinais como trincas nas paredes, inclinação de muros ou postes, e, caso continue chovendo intensamente, é recomendável deixar a residência. Prestar atenção a esses sinais pode ser crucial para garantir a segurança”, disse.
Franco Cassol, meteorologista da Defesa Civil de Santos (SP), explicou sobre os desafios da profissão e a complexidade das previsões para a Baixada Santista.
Reprodução
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