A Polícia Militar de São Paulo oficializou a exoneração do soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho, integrante do 18º Batalhão. Conhecido como “Demolidor” e com diversas tatuagens no rosto, Coutinho foi afastado na quarta-feira (14) por condutas consideradas prejudiciais à corporação e ao Estado, conforme publicado no Diário Oficial.
O desligamento está relacionado a dois episódios distintos. O primeiro ocorreu durante o Carnaval de 2022, quando Coutinho, em serviço no Sambódromo do Anhembi, teria se ausentado de seu posto. Segundo o soldado, ele entrou em um camarote para utilizar o banheiro e, ao sair, foi abordado por fãs e artistas que solicitaram fotos, o que teria atrasado seu retorno. A PM interpretou a situação como abandono de posto.
O segundo incidente remonta a fevereiro de 2022, quando uma orquídea desapareceu do jardim do 9º Batalhão, no Carandiru. Imagens de segurança teriam registrado Coutinho retirando a planta e escondendo-a no alojamento e, posteriormente, no refeitório, atrás de um extintor de incêndio. A ação foi classificada como peculato pela corporação.
Coutinho nega as acusações e afirma ser alvo de perseguição devido às suas tatuagens faciais. Ele relata que, desde que começou a tatuar o rosto, passou a enfrentar críticas e ameaças veladas de superiores, incluindo advertências para cessar as tatuagens, sob alegação de má influência sobre outros policiais.
Com 18 anos de serviço na PM, o soldado possui uma presença ativa nas redes sociais, onde compartilha aspectos de sua rotina profissional e pessoal. Seu advogado argumenta que os processos disciplinares são desproporcionais e motivados por preconceito, destacando que a Justiça Militar já arquivou o processo criminal relacionado à orquídea.
Processo arquivado
A Justiça Militar arquivou o processo criminal referente ao suposto furto da orquídea, mas a Polícia Militar prosseguiu com o processo administrativo que resultou na demissão de Coutinho.
