Murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes são recriados no Centro de Florianópolis

Murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes estão sendo repintados após terem sido removidos por problemas estruturais no prédio- Foto: Gugie Cavalcanti/ND

Murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes estão sendo repintados após terem sido removidos por problemas estruturais no prédio- Foto: Gugie Cavalcanti/ND

A paisagem do Centro de Florianópolis volta a ser marcada pela presença de dois personagens fundamentais da cultura e da história local. Estão sendo recriados os emblemáticos murais de Antonieta e Barros e Franklin Cascaes, dedicados, respectivamente, à primeira negra brasileira a assumir um mandato popular e ao pesquisador e folclorista manezinho, que por anos ocuparam as paredes laterais do edifício Atlas, na rua Tenente Silveira.

As obras anteriores, de 2017 (Cascaes) e 2020 (Antonieta), foram removidas em reformas estruturais no prédio, necessárias por conta de infiltrações. A nova versão dos murais, que deve ser finalizada ainda neste mês, conta com patrocínio do Sicoob SC/RS, que possibilitou a realização das pinturas.

Murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes voltam à paisagem do Centro de Florianópolis

Agora, os painéis retornam com uma proposta renovada, estética e simbolicamente ampliada. Sob curadoria e execução dos artistas Thiago Valdi e Monique Cavalcanti, conhecida como Gugie, a nova versão vai além da restauração: é uma recriação artística que incorpora novos elementos visuais e educativos.

Os murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes retratam novamente seus rostos, acompanhados de ícones que representam suas trajetórias e contribuições para a cultura, a educação e a identidade de Florianópolis.

A proposta reafirma o poder transformador da arte urbana de grandes proporções, reconhecida mundialmente como ferramenta de educação, inclusão social e valorização da memória coletiva.

Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído; o de Franklin Cascaes será pintado ainda nesta semana - Carla Lins/ND

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Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído; o de Franklin Cascaes será pintado ainda nesta semana – Carla Lins/ND

Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído - Beatriz Macieski/ND

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Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído – Beatriz Macieski/ND

Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído - Beatriz Macieski/ND

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Mural de Antonieta de Barros já está praticamente concluído – Beatriz Macieski/ND

Mural de Antonieta de Barros foi pintado ao longo da semana - Beatriz Macieski/ND

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Mural de Antonieta de Barros foi pintado ao longo da semana – Beatriz Macieski/ND

Mural de Antonieta de Barros foi pintado ao longo da semana - Beatriz Macieski/ND

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Mural de Antonieta de Barros foi pintado ao longo da semana – Beatriz Macieski/ND

Para Gugie, dar forma ao legado de Antonieta é também uma experiência pessoal. “A história dela nos traz essa inspiração de nos sentirmos fortes para seguir nosso caminho, para fazer as coisas que desejamos, para que nós, mulheres, ocupemos mais espaços. Então, ela mesma me aconselhou, de certa forma, a fazer essa pintura ali. Acho isso muito especial. Mudou totalmente a minha vida também”, afirma a artista.

Lugar de destaque na arte urbana

Além de seu valor simbólico e cultural, os murais do Edifício Atlas ocupam lugar de destaque na história da arte urbana em Florianópolis: foram os primeiros de grande porte na capital catarinense com esse enfoque e também os únicos no Sul do Brasil a ocuparem uma mesma estrutura com dois grandes painéis simultâneos — um em cada lateral do prédio.

Com 34 metros de altura cada um, os murais exigem mais de 300 litros de tinta. A equipe é formada por cerca de 20 pessoas envolvidas diretamente na concepção, produção e realização dos trabalhos, que somam cerca de 200 horas de dedicação.

A finalização dos dois murais está prevista para as próximas semanas, devolvendo à cidade dois dos seus mais potentes símbolos visuais — agora com novas camadas de significados, cores e histórias.“A iniciativa reforça o compromisso coletivo com a preservação da memória por meio da arte. Com o retorno das pinturas, a cidade volta a ocupar seus espaços públicos de forma criativa e significativa”, destaca Valdi.

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