Por que as letras do teclados não ficam em ordem alfabética? Motivo é inusitado

 teclado QWERTY

Teclado QWERTY é o mais usado no mundo – Foto: Reprodução/ND

Já se perguntou por que as letras do teclado estão organizadas de forma aleatória, e não em ordem alfabética? O modelo mais comum, presente na maioria dos aparelhos eletrônicos, começam com as letras Q-W-E-R-T-Y. Juntas, elas formam o nome do layout: “QWERTY”.

A distribuição das letras começou ainda nas máquinas de escrever antigas e virou o padrão em países que usam o alfabeto latino. No entanto, sua origem envolve mais improviso e necessidade do que lógica.

As origens do teclado QWERTY

Tudo começou no século XIX, quando os inventores começaram a criar as primeiras máquinas de escrever.

Uma delas foi desenvolvida por Christopher Latham Sholes, nos Estados Unidos, que inicialmente organizou as teclas em ordem alfabética.

Pessoa digitando em um teclado QWERTY

Modelo que surgiu nas máquinas de escrever continua presente nos dispositivos modernos – Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Divulgação/ND

O problema é que, ao digitar rápido, os mecanismos travavam. Os pequenos martelos que imprimiam as letras se batiam uns nos outros e ele viu a necessidade de alterar o projeto.

Desacelerar para evoluir

Em 1873, Sholes vendeu os direitos da máquina para a Remington, empresa que refinou o equipamento e lançou o primeiro modelo comercialmente bem-sucedido, já com o layout QWERTY.

A ideia era melhorar a performance e evitar travamentos, mas também havia a preocupação de não infringir patentes e tornar o uso mais prático.

Uma teoria popular sugere que o QWERTY foi criado justamente para que a escrita fosse mais lenta e assim, reduzir as falhas mecânicas. No entanto, documentos da época não sustentam essa ideia.

Pioneirismo valeu mais que a perfeição

Segundo uma pesquisa de 2010, da Universidade de Kyoto, o layout pode ter sido influenciado por telegrafistas (pessoas que trabalham com sistema de comunicação que envia e recebe mensagens usando sinais elétricos ou código Morse), que achavam os teclados alfabéticos confusos e sugeriram alterações que facilitassem a transcrição de mensagens.

Desde então, surgiram alternativas mais eficientes. O teclado Dvorak, por exemplo, foi criado na década de 1930 para proporcionar uma digitação mais rápida e confortável.

Teclado com layout Dvorak - Reprodução/ND

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Teclado com layout Dvorak – Reprodução/ND

Teclado com layout Colemak - Reprodução/ND

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Teclado com layout Colemak – Reprodução/ND

Teclado com layout KALQ - Reprodução/ND

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Teclado com layout KALQ – Reprodução/ND

Outra variação é o Colemak, layout projetado em 2006 para tornar a digitação mais confortável. As teclas mais usadas ficam sob os dedos mais fortes.

Mais recentemente, layouts como o KALQ foram pensados para telas sensíveis ao toque, como smartphones e tablets, que usam apenas o dedão na digitação.

No entanto, mudar um hábito global não é simples e as variações não pegaram.

Mesmo não sendo o mais eficiente, o QWERTY permanece como padrão há quase 150 anos, resultado de escolhas práticas, limitações técnicas da época e da força do costume.

Como acontece com muitas invenções, ele sobreviveu não por ser perfeito, mas por ter chegado primeiro.

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