

O amor pelo Grêmio está em cada canto da casa de Mercedes Cerutti. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Até onde vai o amor por um time? Para Mercedes Cerutti, de 67 anos, moradora de São João do Oeste, no Extremo-Oeste de Santa Catarina, o amor pelo Grêmio ultrapassou os limites do coração e se espalhou pelas paredes, móveis e até a decoração da casa.
Cada cômodo da residência de Mercedes carrega detalhes em azul, preto e branco. Das cortinas ao tapete, das panelas às lembranças na estante — tudo carrega o escudo do tricolor gaúcho, como se cada objeto também torcesse, respirasse e vivesse o Grêmio.
“Se eu for contar tudo o que tenho do Grêmio aqui dentro, levo mais de uma hora”, brinca.

Amor pelo Grêmio: Renato Portaluppi é o maior ídolo tricolor de Mercedes. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Amor pelo Grêmio que ultrapassa gerações
A história de amor pelo tricolor gaúcho começou quando Mercedes ainda era menina, aos 12 anos, ouvindo os jogos no rádio ao lado do pai. Foi ele quem plantou a primeira semente.
“Meu pai era gremista e falava muito do jogador Everaldo Marques da Silva. Eu cresci ouvindo essas histórias… e o Grêmio foi fazendo parte da minha vida, até se tornar parte de quem eu sou”, afirma.
Hoje, Mercedes não carrega essa paixão sozinha: filhos e netas, todos seguem a mesma trilha azul. “Fico feliz por colocar minha família no caminho certo”, brinca, orgulhosa, como quem passa adiante uma importante herança.

O amor pelo Grêmio está em cada canto da casa de Mercedes Cerutti. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Da dor ao amor: a paixão que vai além das quatro linhas
Mais do que uma torcedora, Mercedes é consulesa do Grêmio em sua cidade. Já sentiu o chão da Arena vibrar sob seus pés, já cantou com a multidão nos tempos do velho Estádio Olímpico e também na atual Arena do Grêmio.
“Fui a uns 15 ou 20 jogos… Entrei na Gremiomania, vivi aquele universo. Cada ida é como voltar para casa. O jogo mais marcante, sem dúvidas, foi o penta da Copa do Brasil”, conta.
Nem só de vitórias se faz o amor. O jogo mais amargo que Mercedes viveu foi a dolorosa eliminação contra o River Plate, na semifinal da Libertadores. “A gente foi com a certeza da vitória, mas voltamos com o peito ferido.” Ainda assim, como todo verdadeiro torcedor, ela sabe que a dor também é prova de amor.

As cores do tricolor gaúcho estão espalhadas pela casa da torcedora fiel. – Foto: Arquivo Pessoal/ND
Renato Portaluppi: o maior ídolo tricolor
E se o Grêmio é uma religião, Renato Portaluppi é seu santo padroeiro. Ídolo como jogador, herói como treinador, é dele que Mercedes fala com carinho.
“Ser gremista é ter sido escolhida para carregar no peito uma paixão maior que o próprio coração”, diz Mercedes. “O Grêmio fez minha vida. E eu fiz minha vida no Grêmio.”
Assim, entre bandeiras, memórias e sonhos azulados, Mercedes Cerutti ensina que torcer é muito mais do que assistir a um jogo: é pintar a própria história com as cores do amor.

O amor pelo Grêmio está em cada canto da casa de Mercedes Cerutti. – Foto: Arquivo Pessoal/ND