Papa Francisco: 10 frases que reforçam seu compromisso com a inclusão e a justiça social

As frases de Papa Francisco sempre reafirmaram sua postura com a justiça social, a inclusão das minorias e a defesa dos pobres - Foto: Vincenzo Pinto/Getty Images/ND

As frases de Papa Francisco sempre reafirmaram sua postura com a justiça social, a inclusão das minorias e a defesa dos pobres – Foto: Vincenzo Pinto/Getty Images/ND

O mandato de 12 anos de Papa Francisco frente à Igreja Católica chegou ao fim nesta segunda-feira (21), após o Vaticano comunicar ao mundo a sua morte.

Uma das características mais marcantes do papa argentino foram suas declarações, muitas delas consideradas revolucionárias em uma estrutura tradicional da Igreja Católica. Confira abaixo dez frases de Papa Francisco que marcaram uma ruptura com seus antecessores e ajudaram a pavimentar novos caminhos para o catolicismo mundial.

Dez frases de Papa Francisco que ficaram marcadas na história

1. “Que não haja espaço para ódio, discriminação ou exclusão”

A declaração foi dada em resposta à campanha presidencial de Donald Trump em 2016. Uma das principais promessas do então candidato estadunidense era a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México para impedir a chegada de novos imigrantes.

Ao comentar a proposta, Papa Francisco disse que a construção de muros não está no Evangelho e a separação entre os povos vai contra os princípios do cristianismo.

2. “Em vez de justiça social, spray de pimenta”

A frase foi dita em um comentário sobre a resposta do presidente argentino, Javier Milei, a manifestantes que protestavam contra o governo em setembro de 2024. Um dos momentos que chamou a atenção do papa foi quando um policial lançou spray de pimenta em uma menina que estava com a mãe no protesto.

A manifestação foi liderada por aposentados que reivindicavam um aumento em suas pensões, que foram afetadas pela crise do país. Para o papa, o governo argentino estava gastando muito dinheiro com spray de pimenta e pouco em resolver a situação econômica.

Papa Francisco defendia que os governos deveriam ajudar os pobres, não reprimi-los - Foto: Matt Campbell/Lusa/ND

Papa Francisco defendia que os governos deveriam ajudar os pobres, não reprimi-los – Foto: Matt Campbell/Lusa/ND

3. “O dinheiro deve servir, não governar”

Na primeira exortação apostólica – documento que orienta os fiéis em uma determinada área da vida – publicada pelo papa argentino, ele fez uma crítica ao dinheiro, indicando que a desigualdade e o modelo econômico que prioriza o lucro acima da dignidade humana vai contra os princípios da Igreja Católica.

4. “Melhor ser ateu do que católico hipócrita”

O comentário informal foi feito em 2017 durante um sermão em uma missa matinal. Para o papa, católicos que dizem uma coisa e fazem outra levam uma vida dupla, algo que deveria ser escandaloso aos olhos de quem segue o Evangelho.

5. “Deus escolhe pessoas boas em todas as religiões”

O diálogo inter-religioso sempre foi uma das bandeiras levantadas por Papa Francisco. Para o pontífice argentino, uma pessoa boa não precisa seguir necessariamente o catolicismo, mas sim ajudar os mais necessitados, independente da crença no divino.

Para o Papa Francisco, seguir o catolicismo não era garantia de ser uma boa pessoa – Foto: Reprodução/ND

6. “Gays são filhos de Deus e têm o direito de constituir uma família”

O Papa Francisco sempre foi aberto em sua postura de defender os direitos dos LGBTQIA+ e de aproximar a Igreja Católica à comunidade.

A declaração foi dada em 2020, no documentário “Francesco”. Ainda que, oficialmente, a Igreja Católica continue sendo contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o papa defendeu, na produção, que casais homoafetivos devem ter o direito garantido por lei.

7. “Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?”

A declaração foi dada em 2013 após sua primeira visita ao Brasil. A bordo do avião que o levou de volta a Roma, o papa argentino deu uma “coletiva informal” de uma hora e 20 minutos a jornalistas que estavam no mesmo voo.

Na ocasião, ele defendeu veementemente os homossexuais, dizendo que eles não devem ser discriminados e devem ser integrados na sociedade. Ele também disse que não vê problema se houver gays no Vaticano, afirmando que isso não é um problema e ninguém tem “carteirinha” se identificando como tal.

A defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ foi um dos legados mais marcantes deixados por Papa Francisco na Igreja Católica – Foto: Reprodução/Wikimedia Commons/ND

8. “O amor aos pobres está no Coração do Evangelho, não é comunismo”

Sua postura progressista e de forte defesa dos pobres levou grupos mais conservadores a acusá-lo de ser ideologicamente próximo ao comunismo.

Em 2014, durante uma reunião com participantes do encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Roma, o Papa Francisco classificou a pobreza como um “escândalo” e ressaltou que os direitos à alimentação e moradia são previstos no Evangelho, independente de qualquer corrente ideológica que tenha surgido posteriormente.

9. “Como eu gostaria de uma Igreja pobre… e para os pobres.”

O Papa Francisco escolheu este nome como homenagem a Francisco de Assis, que defendia a pobreza e a austeridade como modos de vida. A grande bandeira do papa argentino sempre foi uma Igreja mais inclusiva, que servisse aos mais necessitados.

A declaração foi dada em 2013, na sua primeira coletiva de imprensa após tomar posse. Na ocasião, ele também disse que sente “dor” ao ver líderes católicos carros de último modelo, quando eles deveriam cumprir seu voto de pobreza.

10. “Crianças foram bombardeadas. Isto não é uma guerra, é crueldade.”

Os conflitos entre Israel e Palestina levaram o papa a clamar por uma solução negociada e pacífica da situação. Em específico, as mortes de crianças na Faixa de Gaza provocaram vários pedidos de atenção do papa.

A frase foi dita em 21 de dezembro de 2024, um dia depois de um bombardeio israelense que causou a morte de 25 crianças em Gaza. Além disso, ele está entre os líderes mundiais que solicitaram uma apuração para investigar se Israel cometeu atos de genocídio durante os conflitos.

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