Mercado sênior: o marketing não deveria se guiar pela idade, e sim pela atitude do consumidor


Especialista diz que as pessoas maduras desejam receber mensagens com as quais se identifiquem. Jeff Weiss criou a Age of Majority, empresa de consultoria voltada para fazer a ponte entre o varejo e o público sênior, depois de 30 anos como profissional de marketing – período durante o qual colecionou exemplos de estereótipos utilizados nas campanhas de publicidade. “As coisas estão mudando”, afirmou em entrevista a que assisti no fim do mês passado, “mas ainda convivemos com clichês ultrapassados, como imaginar que os mais velhos querem distância da tecnologia”.
Consumidores maduros desejam receber mensagens com as quais possam se identificar
Alf2it para Pixabay
Weiss elaborou dois modelos, ambos já abordados pelo blog: os 12 mitos relacionados aos maduros e que não passam de manifestações de etarismo; e os 11 principais perfis dos 50 mais que, na sua avaliação, deveriam guiar as campanhas:
“Baby boomers e a geração X, que está agora na casa dos 50, são mais saudáveis e trabalharão por um tempo bem maior que as gerações anteriores. Ninguém quer rótulos, mas o marketing continua focando na idade, quando tem que mirar na atitude do consumidor, na sua visão de mundo”.
Ele define como “o beijo da morte” apresentar um produto ancorado na idade do público. “Vejo coisas do tipo: ‘agora que você passou dos 60, vai precisar do produto A ou B’. É o mesmo que dizer que a pessoa é velha e tem alguma limitação. Nem millenials (os nascidos entre 1980 e 1995) querem ser rotulados”. Para Weiss, quando a publicidade opta pelo perfil de comportamento do consumidor, reconhece que as mensagens são dirigidas a grupos específicos, e não a um conjunto heterogêneo:
“Quem tem 25 anos pode ter mais afinidades com alguém com 50 do que com indivíduos da sua faixa etária, é por isso que o marketing por idade não funciona. O foco tem que ser nas necessidades, aspirações, na qualidade de vida”, enfatiza.
Para ilustrar as escolhas equivocadas das campanhas publicitárias, citou como exemplo a do lançamento das bicicletas Peloton, que exibiam jovens atléticos. No entanto, devido ao preço salgado do equipamento, os compradores eram, majoritariamente, mais velhos: “o público sênior quer mensagens com as quais possa se identificar. Contar com embaixadores da marca e influenciadores nessa faixa etária é fundamental”, acrescentou.
Entenda o que é etarismo
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