
Animal sofreu das 10h30 às 15h30, sem assistência da equipe que a derrubou. Prefeitura afirmou que está analisando imagens e prometeu tomar medidas administrativas sobre o caso. Égua prenha agonizou em avenida movimentada de Olinda após cair durante ação da prefeitura
Uma égua prenha agonizou durante cinco horas após levar uma queda e se machucar no momento em que funcionários da prefeitura de Olinda tentavam colocá-la num caminhão. O caso aconteceu na segunda-feira (17), na Av. Pedro Álvares Cabral, em Jardim Fragoso, e foi denunciado por moradores, que enviaram vídeos e depoimentos à TV Globo (veja vídeo acima).
Segundo testemunhas entrevistadas pelo g1, a égua — com cerca de sete meses de gestação — estava amarrada numa árvore na Rua Borboleta, próxima à Av. Pedro Álvares Cabral. Os funcionários envolvidos eram da equipe de recolhimento de animais da prefeitura, e o animal ficou das 10h30 às 15h30 sem assistência.
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Por volta das 10h da manhã de segunda, o caminhão do serviço municipal de recolhimento de animais parou perto do local, os funcionários desamarraram o animal e o conduziram para o caminhão de transporte.
Num dos vídeos enviados à TV Globo — feito por uma câmera de segurança — é possível ver que o animal resiste a entrar na carroceria do caminhão e é puxado, por meio de uma corda amarrada no pescoço, na tentativa de que subisse a rampa de madeira colocada no meio da rua.
Após algumas tentativas, as imagens mostram que a égua se desequilibrou e caiu da estrutura, ficando deitada na rodovia.
“Nessa hora, apareceram uns rapazes e disseram que iam chamar o dono do cavalo e foi aí que os funcionários da prefeitura foram embora. A égua estava gestante de sete meses. Eles deixaram ela no asfalto das 10h30 até às 15h, agonizando. As pessoas que estavam na rua ligaram para vários lugares e ninguém apareceu”, denunciou uma testemunha entrevistada pelo g1.
Segundo esta pessoa, perto das 14h, um homem que disse trabalhar com um grupo de proteção de animais passou no local e acionou a prefeitura e o mesmo caminhão que tinha deixado o animal caído na pista retornou, dessa vez para fazer o “recolhimento da égua”.
“Eles tentaram dizer que não tinham feito nada com o animal, mas as pessoas tinham filmado tudo. Falaram que não tinham como tirar a égua, mas os vídeos mostram que ela caiu e eles foram embora. De tarde, disseram que não tinham como levar a égua e que iam chamar o caminhão do reboque, que só chegou perto das 16h. Quando eles chegaram, uns três minutos depois, ela morreu. Eles deixaram ela agonizando o dia inteiro”, completou outra pessoa entrevistada pelo g1, que também pediu para não ser identificada.
O g1 entrou em contato com a prefeitura de Olinda perguntando por que os funcionários do serviço de recolhimento de animais desamarraram a égua do lugar onde ela estava parada e levaram ela para o caminhão. Perguntou também para onde o animal seria levado, se os funcionários eram treinados para lidar com transporte de cavalos e por que, após a queda, deixaram a égua caída na pista da Av. Pedro Álvares Cabral sem assistência durante toda a segunda-feira.
A prefeitura de Olinda não respondeu às perguntas enviadas pelo g1, nem disponibilizou um porta-voz para entrevista.
A administração do município respondeu, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, com uma nota, na qual informa que “está analisando as imagens a fim de tomar as devidas medidas administrativas”.
Disse também que “o bom trato aos animais é prioridade para a gestão”, que mantém uma clínica veterinária gratuita, e que “acolhimento de animais de grande porte é um serviço diário e conta veterinários, cuidadores, alojamento e três refeições por dia”.
Égua prenha agonizou sem socorro por cinco horas em avenida do bairro de Jardim Fragoso, em Olinda
Reprodução/Redes sociais
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