
A desativação da penitenciária de Florianópolis, viabilizando uma parceria público-privada, para construir um espaço de convivência e lazer no local, foi um dos principais projetos apresentados pelo governador Jorginho Mello (PL), na última segunda-feira (17), aos membros do movimento Floripa Sustentável.

Jorginho Mello apresenta entregas e projetos para Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND
O evento, realizado no Hotel Intercity, na Capital, serviu justamente para o governador apresentar ações que pretende fazer ou já fez por Florianópolis, numa parceria cada vez mais sólida com o prefeito Topázio Neto (PSD). Além das falas do governador e do prefeito, o evento teve ainda homenagem do Grupo ND aos sete fundadores do Floripa Sustentável.
Além da desativação da penitenciária da Agronômica, o governador Jorginho citou parcerias com a prefeitura para melhorias na saúde e infraestrutura da Capital, a exemplo das reformas no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na maternidade Carmela Dutra e a construção do Multihospital, no Sul da Ilha.
Na infraestrutura, as obras para aumentar a trafegabilidade na SC-401, no Norte da Ilha, e a nova ponte da Lagoa da Conceição, no Leste. Com impacto na Grande Florianópolis, citou a Via Mar, de Joinville até o Contorno Viário, num investimento de R$ 8 bilhões.
Antes do evento, Jorginho disse que o caminho para tornar Florianópolis uma cidade ainda melhor é justamente discutir os temas. “A parceria com o prefeito existe, é muito forte e fico feliz quando as demais entidades se preocupam em discutir a cidade. Ninguém mora no Estado ou no Brasil, todos moram no município e fico feliz quando o Floripa Sustentável se preocupa em chamar o governador e o prefeito para discutir temas da cidade”, salientou Jorginho.
Já o prefeito Topázio, que também enalteceu a parceria com o governo do Estado, disse que Florianópolis tem uma característica única no Brasil, isto é, um rol de empreendedores com espírito público.

Topázio Neto, prefeito de Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND
“Quando você vê um movimento como esse, que reúne 45 entidades, sempre próximos, tendo agenda livre com o prefeito, discutindo a cidade, alternativas, formas de fazer, a gente vê que está no caminho certo”.
Para Topázio, as pessoas escolhem as cidades pela capacidade que elas têm de integração e desenvolvimento sustentável e Florianópolis é exemplo para o país e o mundo.
“Quando você vê um movimento como esse, que reúne 45 entidades, sempre próximos, tendo agenda livre com o prefeito, discutindo a cidade, alternativas, formas de fazer, a gente vê que está no caminho certo.”
Topázio Neto, prefeito de Florianópolis
Movimento de e para Florianópolis
Coordenador geral do Floripa Sustentável, Roberto Costa acredita que o movimento deu voz ao que chama de “maioria silenciosa da Ilha” e que, de certa forma, era um pouco omissa na discussão das questões da cidade. “O grande ponto do nosso movimento é ser um fórum que deu voz às aspirações da maioria silenciosa e que começou a se manifestar em função das necessidades de Florianópolis em conjunto”, declarou.
No entendimento dele, muitos foram os avanços promovidos pelo movimento e, além disso, há um grande respaldo dos órgãos públicos, como a prefeitura, o governo do Estado, o Judiciário e até o Ministério Público. “Procuram ouvir o nosso movimento e levar em consideração nossas ponderações, já que somos um movimento suprapartidário, que reúne não só entidades empresariais, mas também entidades profissionais, comunitárias e que realmente representam a voz da maioria da cidade”, frisou Costa.

Roberto Costa, Coordenador geral do Floripa Sustentável – Foto: Germano Rorato/ND
Atual secretária executiva de Parcerias Estratégicas e Investimentos Internacionais da Prefeitura de Florianópolis, Zena Becker foi uma das articuladoras do Floripa Sustentável. Ela conta que, embora a cidade tivesse diversas entidades fortes, todas trabalhavam nos seus respectivos segmentos e faltava integração.
“Sempre entendi que o Floripa Sustentável só terá desenvolvimento sustentável quando tivermos um ecossistema integrado, todos direcionando a cidade para o mesmo objetivo, por isso, criamos o movimento que hoje integra 45 entidades e cerca de 60 empresários, muitos profissionais liberais, estudantes. Vale repetir: é um movimento que integra a sociedade em prol de um desenvolvimento sustentável”, salientou.
“O grande ponto do nosso movimento é ser um fórum que deu voz às aspirações da maioria silenciosa e que começou a se manifestar em função das necessidades de Florianópolis em conjunto.”
Roberto Costa, coordenador geral do Floripa Sustentável
Democracia participativa
Outro articulador, Vinicius Lummertz também acredita que o movimento uniu a cidade. “Percebi que as entidades eram muito fortes e todos preocupados com Florianópolis, sem trabalhar juntos, sem uma agenda para ajudar o Poder Público, o prefeito, os vereadores. A democracia não é só representativa, é participativa também, mas tem que ser participativa com teses, estudos, trabalhos, esforços e foi isso que fizemos”, destacou Lummertz.
Para ele, o movimento é um exemplo não apenas catarinense, mas de expressão nacional, porque nenhuma cidade brasileira tem um movimento que congrega 45 instituições, que trabalham juntas pela cidade. “Não trabalham mais somente pelos interesses das suas classes, mas da cidade como um todo e todos juntos. Está fazendo enorme diferença e a cidade está em outro patamar de organização e responsabilidade sobre o seu futuro e os resultados estão aí”, declarou.

Vinicius Lummertz, um dos fundadores do Floripa Sustentável – Foto: Germano Rorato/ND
Envolvimento de todos os setores
Também fundador do Floripa Sustentável, José Fiates disse que Florianópolis é uma cidade festejada e desejada por todos, além de possuir uma série de atrativos, mas o Floripa Sustentável foi criado para melhorá-la, criando um plano mais sustentável de desenvolvimento e que perpasse mandatos, não dependendo de políticas de governo, mas sim de Estado.
“Essa é a intenção do Floripa Sustentável desde o início, fazer com que a cidade cresça, com desenvolvimento econômico, mas preservando o meio ambiente, agregando e envolvendo todos os setores da sociedade. Vem acontecendo justamente pela dedicação de pessoas que têm feito muito por Floripa. Há muito mais pessoas que poderiam ser homenageadas, mesmo não sendo fundadoras, mas que estão fazendo acontecer”, afirmou Fiates.
Anita Pires, que também fundou o Floripa Sustentável, disse que o movimento foi criado com a missão de reunir os empresários para que percebessem a importância de investir na cidade e isso foi acontecendo gradativamente. “Acabamos de sair de uma reunião maravilhosa, em que os maiores empresários da cidade discutiram os desafios de Florianópolis e isso não existia antes”, contou Anita.
Na visão dela, os gestores públicos não conseguem dar conta dos problemas e isso só será possível quando cidadãos, empresários e as universidades estiverem juntos. “É uma questão de capital social, importante, em que pensamos qual cidade queremos. Antes existia rixa entre as pessoas da cidade, hoje a gente consegue sentar e pensar a cidade juntos, porque ela está em primeiro lugar”, completou.

Anita Pires, uma das fundadoras do Floripa Sustentável – Foto: Germano Rorato/ND
Homenagem aos fundadores
Presidente do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli participou do evento para fazer pessoalmente a entrega das placas em homenagem aos sete fundadores do movimento Floripa Sustentável. São eles: Vinicius Lummertz, Fernando Marcondes de Mattos, Zena Becker, Roberto Costa, Anita Pires, Carlos Leite e José Eduardo Azevedo Fiates.
Petrelli elogiou a condução da prefeitura na temporada e no Carnaval. Depois, frisou que, por muito tempo, Florianópolis não era uma cidade tão integrada. “Não se tinha esse entendimento em Florianópolis. Sempre viajei muito pelo Estado e, indo a Joinville, Blumenau, Lages, Tubarão e Criciúma, e havia uma integração nesses lugares”, afirmou.
“Consideramos importante reconhecer essas pessoas que fundaram o movimento, para registrar o agradecimento a quem pegou esse desafio de unir pessoas e entidades com prioridades diferentes, que entenderam que o objetivo era o mesmo e todos alcançariam juntos.”
Marcello Petrelli, presidente do Grupo ND

Presidente do Grupo ND, Marcello Petrelli foi um dos homenageados da noite – Foto: Germano Rorato/ND
Para Petrelli, a cidade de Balneário também é um exemplo de que a união entre o Poder Público, privado e social traz grandes resultados e a Capital, por sua vez, vem alcançando isso também, graças ao Floripa Sustentável. “Consideramos importante reconhecer essas pessoas que fundaram o movimento, para registrar o agradecimento a quem pegou esse desafio de unir pessoas e entidades com prioridades diferentes, que entenderam que o objetivo era o mesmo e todos alcançariam juntos”, afirmou Petrelli.
Uma das homenageadas, Zena Becker disse que não atua esperando homenagens, mas que isso também é importante. “Todo ser humano gosta de ser valorizado e a valorização é muito importante, porque estimula outras pessoas a participarem. Ou seja, não é só para quem recebe, mas para quem está vendo. Vale a pena, é muito importante homenagear, resgatar e valorizar quem trabalha em qualquer setor.”

A secretária Zena Becker foi uma das homenageadas – Foto: Germano Rorato/ND
O empresário Fernando Marcondes de Matos disse que foi uma satisfação receber a homenagem do ND. “É uma luta de 40 anos, no começo inglória, junto com alguns abnegados. Lutamos por Florianópolis com esforço, sacrifício. O fato é que Florianópolis se modificou. Conseguimos aprovar um Plano Diretor que está mudando a cara de Florianópolis e estamos aqui satisfeitos, felizes”, afirmou.
Viajando para os Estados Unidos, o empresário Carlos Leite não recebeu a homenagem em mãos, que foi entregue ao amigo Salomão Matos, mas ele falou à reportagem: “Esta homenagem me deixou muito emocionado, mas gostaria que fosse compartilhada com os demais membros do Floripa Sustentável, principalmente os voluntários que trabalham incansavelmente, há anos, em prol do desenvolvimento da nossa cidade. Muito obrigado.”