
O governo do Peru vai decretar estado de emergência em Lima após uma onda de assassinatos ligados à extorsão na capital. A decisão tomada neste domingo (16) ocorreu após a morte de um cantor extorquido e mais de 400 mortes registradas nos primeiros meses do ano.

Estado de emergência permite a intervenção do exército para conter onda de assassinatos – Foto: Plataforma Media/Reprodução/ND
As informações são da AFP. O estado de emergência autoriza a intervenção das Forças Armadas em conjunto com a polícia.
“Foi decidido que nas próximas horas será decretado estado de emergência em toda a província de Lima e na província Constitucional de Callao, com a mobilização de tropas de nossas Forças Armadas em apoio à Polícia Nacional”, escreveu o chefe do gabinete ministerial, Gustavo Adrianzén, na rede social X.
“Garanto que este crime repudiável não ficará impune”, acrescentou Adrianzén. O tempo de duração da emergência não foi revelado.
Conforme a imprensa local, há uma onda de assassinatos 2025, com mais de 400 homicídios nos primeiros meses.
O estado de emergência não tem data limite para acabar. Não é a primeira vez que as autoridades peruanas recorrem aos militares para reforçar a segurança em Lima. No ano passado aplicaram a mesma medida até dezembro.
Segundo as autoridades, a onda de assassinatos é consequência do crime organizado, que mudou após a crise migratória na Venezuela, o tráfico de armas de fogo e a presença de gangues como o “Tren de Aragua”, de origem venezuelana.
Morte de cantor foi gota d’água em onda de assassinatos
A decisão do governo do Peru foi concretizada após uma reunião entre a presidente Dina Boluarte e seus ministros, um dia após a morte do cantor do grupo ‘Armonía 10’, Paul Flores, na madrugada de domingo.
Na ocasião, vários criminosos em motos atiraram contra o ônibus da orquestra no momento em que o grupo deixava o local de uma apresentação no distrito de San Juan de Lurigancho, ao leste de Lima. Dois tiros atingiram o vocalista, segundo o motorista do veículo.
O ‘Armonía 10’, ao lado de outros grupos musicais, era ameaçado por gangues que exigiam o pagamento de subornos de até 20.000 soles (pouco mais de 5.000 dólares, 28.000 reais) para poder continuar com suas apresentações, segundo representantes da formação.