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O PL (Partido Liberal) orientou seus diretórios estaduais a adotarem estratégias regionais distintas no discurso bolsonarista, segundo lideranças da legenda ao Portal iG – Último Segundo. A definição das pautas varia conforme o estado,com foco em temas específicos para mobilizar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
No Rio de Janeiro, o partido pretende enfatizar a questão da violência. Em São Paulo, o destaque será a defesa da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e temas relacionados a costumes.
No Paraná, a abordagem será voltada para liberdade de expressão e denúncias de corrupção. Já nos estados do Nordeste, a estratégia será reforçar o impacto dos altos preços dos alimentos, além da violência, utilizando a Bahia como referência.
A decisão foi tomada com o objetivo de segmentar o discurso bolsonarista nas redes sociais e ampliar o engajamento digital dos apoiadores do ex-presidente. A estratégia também tem como meta fortalecer a base política de Bolsonaro para as eleições de 2026.
Entre o fim de fevereiro e a primeira quinzena de março, Bolsonaro realizará uma série de viagens pelo Brasil. No dia 16 de março, ele participará de um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa da anistia dos investigados pelos atos de 8 de janeiro.
A intenção é que todas as capitais e algumas cidades do interior realizem manifestações com grande público para pressionar o Congresso Nacional, o poder Judiciário e o governo federal.
E o governo federal?
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A base governista acompanha os desdobramentos dos atos em apoio a Bolsonaro e avalia qual será a resposta política.
O Portal iG – Último Segundo apurou que o grupo ligado ao governo ainda não definiu se a reação será restrita a pronunciamentos nas redes sociais e na imprensa ou se haverá a convocação de manifestações em defesa da democracia e contra a anistia.
Porém, o senador Otto Alencar (PSD-BA), que conversou com a reportagem, demonstrou insatisfação com a agenda de Bolsonaro.
“Ele vem neste vazio de liderança chamada de direita, que ele chama de direita, porque há um vácuo e não tem nenhuma liderança de centro-direita de conhecimento nacional, porque ele foi presidente. Ele é conhecido no Brasil pelos defeitos, responde processos, vive de crises. A pior foi ele imitando doentes, mandando jornalista calar a boca. Então não vejo aonde ele merece nosso respeito”, afirmou.
Otto destacou desafiou Bolsonaro a apresentar alguma obra que tenha iniciado na Bahia. “Se fizer um contraponto, o Lula, em 2 anos, entregou 30 vezes mais coisas do que o Bolsonaro. Tem nem comparação”, pontuou.
PGR x Bolsonaro
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A mobilização bolsonarista ocorre em meio ao avanço de investigações da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da Repúblicasobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O ex-presidente e aliados foram denunciados para o Supremo Tribunal Federal, e o processo judicial segue em tramitação.