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Alunos que moram na sede de Pacaraima, mas estão matriculados na escola de Sorocaima, distante cerca de 12 Km, estão sem ir às aulas por falta de transporte público. Em nota, Seed informou que não há previsão de rotas para o atendimento de estudantes que vivem na sede. Colégio estadual militarizado Cícero Vieira Neto está em reforma geral e pais preferem que filhos estudem na comunidade distante 12 km da sede
Arquivo pessoal
Pais de alunos que moram na sede do município de Pacaraima, ao Norte de Roraima, acusam a Secretaria de Educação (Seed) de cortar o transporte escolar que levava as crianças para estudar na escola estadual indígena Índio Manoel Barbosa, na comunidade Sorocaima, distante cerca de 12 quilômetros. Com o corte, os estudantes estão há uma semana sem ir às aulas.
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Na sede de Pacaraima há o Colégio Estadual Militarizado Cícero Vieira Neto, que está em reforma há ao menos um ano e com aulas híbridas – parte presencial e parte remota. O sistema da unidade, no entanto, não agrada os pais. Eles consideram ineficaz para o aprendizado, por isso preferem que os filhos estudem na escola de Sorocaima. O problema atinge ao menos 57 anos alunos.
A autônoma Iris da Silva Farias, que é mãe de um adolescente de 13 anos, relatou ao g1 que não matriculou o filho na sede porque não teria como ajudá-lo com as atividades em casa e prefere que ele tenha aulas 100% presenciais.
“Ano passado o transporte funcionava normalmente para Sorocaima e esse ano tiraram”, conta, acrescentando que “espero que esse transporte volte o mais rápido possível, porque só quem é mãe entende”.
Em nota, a Seed informou que “não há previsão de rotas para o atendimento de estudantes residentes na sede do município de Pacaraima para as comunidades indígenas, uma vez que entre as diretrizes para o atendimento do transporte escolar está a matrícula em escola próxima à residência do aluno. Ademais, reforça que os estudantes da sede de Pacaraima podem retornar ao Colégio Cícero Vieira”.
Ainda segundo a Seed, as aulas presenciais no Colégio Cícero retornam nesta terça-feira (11). “As aulas ocorrerão em 16 salas anexas montadas no ginásio da escola. As salas são climatizadas e equipadas com quadro branco, mesas e cadeira para professor e carteiras escolares. A previsão é que no final do primeiro semestre desde ano a reforma seja concluída e toda a escola volte a funcionar na estrutura própria.”
Quadra do colégio estadual militarizado Cícero Vieira Neto onde estrutura foi montada para atender alunos durante reforma
Arquivo pessoal
Outro pai que conversou com a reportagem mas pediu anonimato por receio de represália, acredita que tirar a rota que fazia o transporte foi uma maneira de obrigar as famílias a deixar os filhos na escola em reforma. Ele tem um filho de 13 anos que também está sem assistir aula por não ter como ir a Sorocaima.
“A gestão da escola quer que sejam transferidos para a escola da sede, mas isso já está fora de cogitação. A escola Cícero Vieira Neto não oferece estrutura, os alunos estão sendo colocados em barracas improvisadas na quadra, não tem professores suficientes, e nem segurança tem mais. Mesmo com esse título de escola militarizada há inúmeros casos de brigas, drogas”, argumentou.
O motorista Jesus Rondnele Moura tem dois filhos, de 11 e 12 anos, que também estão matriculados na escola de Sorocaima. No entanto, como mora na sede de Pacaraima, eles ainda não conseguiram ir às aulas neste ano. “Não tenho condições de levar e trazer eles. A situação está bem difícil”.
“Não abro mão [dos filhos estudarem em Sorocaima]. É um direito nosso”, reforçou Rondnele, que também é indígena do povo Macuxi e prefere que os filhos estudem na comunidade.
O colégio da sede de Pacaraima oferta aulas para os ensinos fundamental, médio e de Educação de Jovens e Adultos, nos três turnos. Segundo a Seed, a unidade tem 1.350 alunos matriculados.
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