Brasil tem cartela de produtos que podem ser acionados para retaliar taxação de Trump


Como revelou o Conexão, diplomacia de Lula fecha mapa de exportações e age para ampliar acordos com China, Europa e Mercosul. Donald Trump, será o primeiro presidente dos EUA em exercício a comparecer ao Super Bowl
REUTERS/Kent Nishimura
O Palácio do Planalto se prepara há ao menos dez dias para ter opções capazes de reagir, em diferentes patamares, à já anunciada intenção de Donald Trump de ampliar a cobrança de impostos sobre aço e alumínio importados. O Brasil é o segundo maior fornecedor dos dois produtos para os Estados Unidos.
Como revelou o Conexão na segunda passada (3), o time das relações exteriores de Lula montou, ao lado do Itamaraty e de ministérios como Indústria e Comércio e Agricultura um mapa de produtos que são vendidos para os americanos e que poderiam ser usados para contrabalancear uma eventual sobretaxa imposta por Trump.
Já na semana passada, o Conexão mostrou que o aço e o alumínio estavam entre os alvos prioritários do presidente americano, na avaliação da diplomacia de Lula, inclusive por já terem sido taxados pelo americano em seu primeiro mandato.
“Alguns produtos brasileiros têm impostos de exportação mais altos, outros não. Trump usa a política de sobretaxa sob argumentos frágeis e de consequências graves. Não há uma cobrança linear, no Brasil, de impostos de produtos exportados. Nós estamos mapeando o que poderia ser acionado para compensar uma eventual sobretaxa do aço e do alumínio, por exemplo”, explicou a fonte do gabinete de relações internacionais do presidente.
O Brasil vai aguardar a formalização da promessa de sobretaxa de Trump para definir, nessa cartela de opções, qual será o tamanho do “revide”.
Em outra frente, a meta é ampliar as trocas com a Europa, China e o Mercosul. O governo Lula avalia que a ofensiva comercial de Trump contra diversos agentes mundiais pode acelerar a implementação do acordo União Europeia e Mercosul e, ainda, levar a China a assumir posição ainda mais destacada, de “adulto na sala”, no cenário econômico global.
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