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Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, morreu nesta quarta-feira (5) no desabamento parcial do teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador. Natural de Ribeirão Preto, São Paulo, a jovem morava na capital paulista eestava na cidade como turista.
No momento do acidente, ela visitava o templo, localizado no Largo do Cruzeiro de São Francisco, acompanhada do namorado, que estava presente quando a estrutura cedeu.
Giulia estudou no Colégio Marista de Ribeirão Preto e se formou na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Desde 2019, trabalhava na Mondelēz International.
O corpo de Giulia foi removido da igreja às 16h50 pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica) e levado para necropsia no Instituto Médico Legal.
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O desabamento deixou, além da vítima fatal, outras seis pessoas feridas. O local foi isolado, e as autoridades iniciaram investigações para determinar as causas do colapso estrutural.
A Igreja de São Francisco de Assis é um dos principais pontos turísticos do Centro Histórico de Salvador e integra o conjunto tombado pela UNESCO como Patrimônio Mundial.
Conhecida como “igreja de ouro” devido ao interior ornamentado com talhas douradas, já havia passado por intervenções, incluindo a remoção de um pináculo em 2023 por questões estruturais.
A construção do templo teve início em 1587, com a capela-mor, e foi ampliada ao longo dos séculos. O terreno acidentado exigiu reforço na base da estrutura, com a implantação de alicerces profundos.
Em 1686, foi lançada a pedra fundamental da nova construção, com as obras iniciadas no ano seguinte. O estilo barroco é evidenciado nos painéis de azulejos portugueses e na ornamentação da igreja.
Problemas estruturais
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A Igreja de São Francisco, reconhecida como Patrimônio Histórico do Brasil, apresentou problemas estruturais em 2023. O desgaste afetou pinturas e o teto, enquanto pilastras danificadas e piso irregular foram identificados como pontos críticos.
Apesar de tombada e de ter passado por restaurações pontuais, como a dos painéis lusitanos, a necessidade de reparos mais amplos exigiu avaliação e aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O objetivo era garantir a preservação das características barrocas do templo.
A complexidade da obra e os riscos à segurança foram fatores apontados para justificar a necessidade de intervenção. A queda de um pináculo reforçou a urgência dos reparos. Durante as avaliações e algumas intervenções, a igreja permaneceu aberta ao público.
Iphan
O superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Hermano Fabrício, afirmou que a conservação do imóvel é responsabilidade do proprietário.
“É buscar a conservação deste imóvel a partir da notificação ao proprietário. Então o proprietário, seja uma igreja ou uma casa particular, todos têm a mesma obrigação de cuidar que é seu. O Iphan, desde que a Igreja São Francisco de Assis foi tombada, tem feito investimentos”, disse.
A Defesa Civil e técnicos do Iphan realizam vistorias no local para avaliar os danos e definir as medidas necessárias para a recuperação da estrutura. O acesso à igreja permanece interditado enquanto as investigações continuam.
O Portal iG – Último Segundo procurou o coordenador da Defesa Civil de Salvador, Sósthenes Macedo, mas ainda não obteve resposta sobre o tema até a publicação desta reportagem.