As intensas chuvas que atingiram o estado de São Paulo nas últimas 48 horas causaram estragos em diversas regiões. De acordo com a Defesa Civil, 29 localidades registraram acumulados superiores a 100 mm desde o último sábado (1).
Em Monte Mor, os bairros mais afetados por alagamentos foram Vila Farid Kalil, Condomínio Residencial Pontim, Jardim Progresso, Jardim Capovinha, Chácara Miracatu e a Região Central. Além disso, três quedas de árvores foram registradas em vias públicas.
Já em Taboão da Serra, a situação foi ainda mais grave, com mais de 600 famílias desalojadas ou desabrigadas, além de 300 imóveis e 39 veículos danificados. Apesar do cenário caótico, não há registros de mortes.
Risco de deslizamento
Lucas Oliver, professor de Geografia e doutorando em Climatologia, explicou ao Portal iG os motivos pelos quais uma tragédia maior não ocorreu nessas regiões, mas alertou para o risco de deslizamentos caso a chuva persista.
“O sistema climático que está formando essa chuva é a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que traz precipitações ao longo do dia de forma contínua. Assim, mesmo quando uma localidade recebe mais de 100 mm de chuva, esse volume é diluído em um período de 24 a 40 horas, diferentemente das tempestades isoladas que despejam grandes volumes em pouco tempo. Isso evita alagamentos abruptos, mas aumenta o risco de deslizamentos”, explicou Lucas.
Com o solo saturado, ele alerta que qualquer chuva adicional pode agravar a situação. “Se nos próximos dias houver precipitações de 40 ou 50 mm, pode haver deslizamentos devido ao grande volume de água acumulado no solo, que já não consegue absorver mais umidade”, acrescentou.
Gabriella Zavarizzi, moradora da região há sete anos, relatou os estragos e afirmou que o bairro Vila Santa Luzia, em Taboão da Serra, ficou completamente isolado.
“Há muito tempo não víamos uma situação dessas. Moro aqui há sete anos e, apesar da fama de alagamento do bairro, essa foi a pior vez. Algumas ruas ficaram completamente submersas, e o condomínio onde moro teve o subsolo alagado. Os moradores precisaram retirar os carros às pressas para evitar perdas”, contou Gabriella.
Entre os pontos críticos da cidade estão a Região Central, Intercap, Jardim São Mateus, Silvio Sampaio, além da Avenida Aprígio Bezerra da Silva e das ruas Santa Luzia, Getúlio Vargas e João Batista de Oliveira.
Confira os locais onde a chuva passou dos 100mm em território paulista desde sábado (01):
Itanhaém (Balneário Gaivota): 185mm Monte Mor (Parque Imperial): 176mm Monte Mor (Santa Cruz): 171mm Taboão Da Serra (Jardim São Judas): 144mm São Paulo (C.e.u Parelheiros): 143mm Rio Grande Da Serra (Parque América): 136mm Taboão Da Serra (Jardim Vila Sônia): 134mm Embu-guaçu (Rio Embu-guacu): 126mm São Paulo (Butantã): 122mm São Vicente (Jardim Rio Branco): 122mm São Paulo (Vila Prudente): 118mm Osasco (Rochdale): 118mm São Paulo (Parque Morumbi): 115mm Ribeirão Pires (Represa): 115mm Osasco (Santa Fé): 115mm Embu-guaçu (Jardim Flórida): 112mm Monte Mor (Rod Conego C S Pires): 112mm Porto Feliz (Centro): 112mm Cotia (Santa Isabel): 110mm São Lourenço Da Serra (Paiol Do Meio): 110mm Osasco (Centro): 108mm Cabreúva (Centro): 104mm Praia Grande (Alice Geotec): 104mm São Paulo (Capão Redondo2): 104mm São Paulo (Jardim Paulistano): 103mm Peruíbe (Parque Do Trevo): 103mm Santo André (Santa Terezinha): 100mm Mauá (Vila Magini): 100mm Embu-guaçu (Parque São Lucas): 100mm